Como a literatura moçambicana retrata a guerra civil no país? O professor Joachim Michael, da Universidade de Bielefeld, na Alemanha, vai propor resposta a essa questão em palestra na Faculdade de Letras (sala 2003), na próxima quarta, 18, a partir das 11h30. Pós-doutor em estudos do romance pela Universidade de Hamburgo, Michael lembra que a guerra civil (1976-1992) é tema de grandes obras literárias de Moçambique e destaca que elas têm em comum a “profunda incompreensão perante uma devastação que parece não ter sentido nem fim”. Nomes como Mia Couto (Terra sonâmbula, 1992), Ungulani Ba Ka Khosa (Os sobreviventes da noite, 2007) e Paulina Chiziane (Ventos do apocalipse, 1993), de modo geral, não explicam quem são os combatentes ou quais seus motivos. E não identificam – com poucas exceções – o tempo ou o espaço em que ocorre a violência. “Pelo contrário, o que os textos mostram é que não se trata de uma guerra como ela é conhecida (continuação da política por outros meios), senão uma espécie de ‘guerra fantasma’ sem exércitos nem batalhas”, comenta o pesquisador no resumo de sua apresentação. A palestra O mundo em agonia: a guerra civil na literatura moçambicana é promovida pelo Núcleo de Estudos de Guerra e Literatura, da Fale.