Viver, reviver ou ressignificar a experiência do parto e refletir sobre o ato inaugural da vida humana são experiências que a exposição Sentidos de nascer pretende proporcionar. A mostra será aberta hoje, 20, às 11h, ao lado do Restaurante Setorial 1, campus Pampulha, e pode ser visitada até a próxima sexta-feira, 27. Instalada em três contêineres e cinco ambientes, a exposição de caráter interativo e sensorial tem o objetivo de estimular a reflexão sobre a gravidez, o nascimento e o modelo de assistência ao parto no Brasil. O país é campeão mundial de cesarianas: 52% dos bebês nascem dessa forma (a recomendação da Organização Mundial de Saúde é de que esse procedimento seja utilizado em não mais que 15% dos partos). O projeto foi idealizado pela pediatra, epidemiologista e coordenadora da Comissão Perinatal da Secretaria de Saúde de Belo Horizonte, Sônia Lansky, e pelo professor da Faculdade de Educação da UFMG Bernardo Jefferson de Oliveira. Juntamente com a exposição, que envolve professores e alunos bolsistas de diversos cursos da Universidade, está sendo realizada pesquisa para analisar os efeitos da mostra e avaliar as mudanças na percepção do público visitante sobre o parto e o nascimento. Mudança de cultura “São efeitos graves para a saúde dos bebês, interferências na vinculação efetiva entre mãe e filho e intervenções desnecessárias no corpo da mulher e no processo natural do parto que deixam uma carga negativa para um momento tão importante. Devemos mudar mais rapidamente a forma como se nasce no Brasil, envolvendo profissionais da saúde e hospitais. Precisamos empoderar a sociedade sobre o que deve ser feito para a proteção da infância, da saúde e dos direitos das mulheres”, afirma Sônia Lansky. No campus Pampulha, Sentidos do nascer poderá ser visitada das 11h às 19h, na segunda, terça e quarta-feira, e das 11h às 21h, na quinta e sexta. A inauguração oficial está prevista para 7 de abril, no Parque Municipal. Em maio, a mostra vai para o Boulevard Shopping e depois seguirá para Rio de Janeiro, Niterói e Brasília. A iniciativa tem financiamento e apoio do CNPq, do Ministério da Saúde, da Fundação Bill & Mellinda Gates e do Unicef. Mais informações sobre a exposição estão disponíveis nesta página.
Sônia Lansky diz que o principal objetivo é promover a mudança no modelo de assistência ao parto no Brasil. Para ela, é a transformação pelo viés cultural que porá fim aos maus-tratos às gestantes, à violação de direitos das mulheres e da criança e aos efeitos adversos do excesso de cesarianas, que também não são reconhecidos socialmente.