O programa Letras Debate: linguagens e ensino promove neste sábado, 11, às 10h, no auditório 1007 da Fale, palestra sobre Tarefas da Linguística no Brasil: a urgente necessidade de descrição e preservação das línguas ameríndias, a cargo do professor Fábio Bonfim Duarte, da Faculdade de Letras da UFMG. Doutor em Estudos Linguísticos pela UFMG e ex-professor visitante da Universidade de Massachusetts, Fábio Duarte lembra que é consenso na literatura que o Brasil não é um país monolíngue, tendo em vista que, em seu território, há cerca de 180 línguas indígenas que são aprendidas como língua materna por várias etnias. Esse número, no entanto, representa apenas 15% das mais de mil línguas que existiam no Brasil, quando da chegada dos europeus. Ainda de acordo com o professor, a enorme perda quantitativa conduziu a grande perda qualitativa, “já que línguas com propriedades insuspeitadas desapareceram sem deixar vestígios, e provavelmente algumas famílias linguísticas inteiras deixaram de existir”. O objetivo da palestra é demonstrar que o trabalho de descrição, documentação e revitalização das línguas indígenas brasileiras é urgente no contexto atual, já que muitas línguas correm sério risco de extinção. Fábio Duarte defende um esforço contínuo por parte das universidades para fomentar a formação de recursos humanos para o trabalho científico com as línguas brasileiras, pois a maioria possui menos de 20.000 falantes. A palestra é promovida pelo Laboratório de Línguas Indígenas e Africanas (Laliafro), pelo Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos (Poslin) e pelo Colegiado de Graduação da Fale. Informações podem ser obtidas com o professor Fábio Duarte pelo e-mail fbonfim@terra.com.br.