A exposição Sentidos do Nascer, que esteve no campus Pampulha, pode ser visitada até o próximo dia 26, no Parque Municipal, das 9h às 17h. Depois, será levada ao Boulevard Shopping, onde permanecerá de 4 a 31 de maio, das 10h às 21h. A mostra visa ressignificar as experiências do parto e propor reflexão sobre o ato inaugural da vida humana. Instalada em três contêineres e cinco ambientes, a exposição de caráter interativo e sensorial tem o objetivo de estimular a reflexão sobre a gravidez, o nascimento e o modelo de assistência ao parto no Brasil. O país é campeão mundial de cesarianas: 52% dos bebês nascem dessa forma (a recomendação da Organização Mundial de Saúde é de que esse procedimento seja utilizado em não mais que 15% dos partos). O projeto foi idealizado pela pediatra, epidemiologista e coordenadora da Comissão Perinatal da Secretaria de Saúde de Belo Horizonte, Sônia Lansky, e pelo professor da Faculdade de Educação da UFMG Bernardo Jefferson de Oliveira. Com a exposição, que envolve professores e alunos bolsistas de diversos cursos da UFMG, está sendo realizada pesquisa para analisar os efeitos da mostra e avaliar as mudanças na percepção do público visitante sobre o parto e o nascimento. A iniciativa tem financiamento e apoio do CNPq, do Ministério da Saúde, da Fundação Bill & Mellinda Gates e do Unicef. Mudança de cultura “São efeitos graves para a saúde dos bebês, interferências na vinculação efetiva entre mãe e filho e intervenções desnecessárias no corpo da mulher e no processo natural do parto que deixam uma carga negativa para um momento tão importante. Devemos mudar mais rapidamente a forma como se nasce no Brasil, envolvendo profissionais da saúde e hospitais. Precisamos empoderar a sociedade sobre o que deve ser feito para a proteção da infância, da saúde e dos direitos das mulheres”, afirma Sônia Lansky.
Sônia Lansky diz que o principal objetivo é promover a mudança no modelo de assistência ao parto no Brasil. Para ela, é a transformação pelo viés cultural que porá fim aos maus-tratos às gestantes, à violação de direitos das mulheres e da criança e aos efeitos adversos do excesso de cesarianas, que também não são reconhecidos socialmente.