A compreensão do papel estratégico da cooperação internacional e o compromisso de tratar a área como prioritária na atual gestão foram as principais mensagens transmitidas pelo reitor Jaime Ramírez na manhã desta quinta-feira, 23, na abertura do Seminário de Internacionalização na UFMG: pós-graduação em pauta, no Centro de Atividades Didáticas de Ciências Humanas (CA2). Ao destacar que naturalmente muitas iniciativas no processo partem do plano individual, o reitor pediu que a comunidade universitária apresente, no seminário, “qual a parte administrativa que cabe à Instituição resolver e dar mais apoio para que, de forma efetiva, a UFMG tenha condições de avançar ainda mais na internacionalização, sobretudo da pós-graduação e da pesquisa”. Considerando que tempo e recursos financeiros são finitos, Ramírez destacou a necessidade de eleger questões prioritárias nas quais a Universidade deve investir. “Para a Administração Central, essa é uma informação importante e com a qual contamos ao final deste encontro para orientar nossa atuação”, reiterou. Jaime Ramírez disse, ainda, que a produção e a difusão do conhecimento inovador são imprescindíveis. “E a cooperação, para concepção de projetos sociais e tecnológicos, de qualquer natureza, sempre deve ser colocada no local mais privilegiado do ethos de qualquer instituição de ensino superior que queira ter nome de universidade”, afirmou. O reitor também ressaltou a necessidade de manter colaborações que guardem o sentido de reciprocidade. “Além dos países com os quais já temos tradição de cooperação, nossa Instituição deve reconhecer a importância da cooperação com os países que ainda não têm a nossa tradição, a nossa qualidade, e com os quais também devemos manter relações. Esse é também um papel a ser cumprido por uma instituição de ensino superior pública de um país como o nosso”. Jaime Ramírez agradeceu a presença do presidente da Fapemig, Evaldo Vilela, e do representante da Capes, Márcio de Castro Silva Filho, ressaltando a importância das duas instituições como parceiras da UFMG. Destacou também a presença do professor David Shallenberger, que, após a abertura, proferiu palestra sobre Internacionalização do ensino superior: pós-graduação em pauta, e da delegação russa do projeto '5-100-2020'. Tema central Com base em dados de 2013, informou que o Brasil ocupa a 13ª posição no ranking mundial de produção científica, com cerca de 59 mil artigos publicados, mas ainda precisa avançar na formação de doutores. Sobre o investimento brasileiro em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), Márcio Filho disse que o percentual de 1,2% do PIB é o dobro de outros países da América do Sul, mas ainda está bem abaixo dos 3% investidos pelos Estados Unidos. Com relação às patentes, afirmou que, embora a geração do conhecimento tenha avançado, o Brasil ainda precisa investir na área, especialmente com o envolvimento das empresas, que “precisam fazer pesquisa”. Para o professor, o Brasil tem o desafio de aumentar a visibilidade do conhecimento que produz e de elevar o número de parcerias e de colaborações internacionais. Em sua visão, enquanto a pós-graduação e a produção de conhecimento estão alinhadas com o resto do mundo, a graduação aparece “desconectada de referenciais internacionais” e precisa mudar, para que as instituições de ensino superior do país alcancem o patamar de instituições de classe internacional.
Em apresentação de dados compilados pela Capes, o diretor de Programas e Bolsas no País, Márcio de Castro Silva Filho, comentou que a internacionalização é tema central na agenda contemporânea e lembrou que cooperações são determinantes na forma como se faz pesquisa no mundo.
Márcio de Castro: Brasil precisa ampliar visibilidade do conhecimento que produz