A UFMG está classificada entre as melhores universidades do mundo em 18 das 36 áreas do conhecimento avaliadas pelo QS World University Rankings by Subject, divulgado nesta quarta-feira, 29. Nesta quinta edição, o QS se debruçou sobre informações de 3.551 universidades, qualificou 2.186 e ranqueou 894, com base na análise de publicações, citações e reconhecimento da instituição, obtida a partir de questionários aplicados entre empregadores e pesquisadores. Na área de Farmácia e Farmacologia, a UFMG aparece na faixa das 51 a 100 melhores. Nas outras 17, também ocupa lugar de destaque, que vai até a faixa de 251 a 300 melhores no mundo. Considerando a série histórica do QS Mundial, na qual a UFMG aparece entre as 300 melhores universidades, o ranking por assunto revela áreas em que ela alcança posições mais altas. “Isso, de certa forma, retrata diferenças internas dentro da Instituição e destaca áreas mais fortes, pelo menos de acordo com esses indicadores”, afirma o pró-reitor de Graduação, Ricardo Caldeira Takahashi. Ao analisar a boa colocação da UFMG, Takahashi adverte que nem todas as áreas de excelência da Universidade estão contempladas no QS, uma vez que o mapeamento de assuntos (Subject) utilizado na avaliação não corresponde exatamente às áreas de pesquisa das instituições. Devido a diferenças nas denominações, há casos como o de Ciências de Materiais – área na qual a UFMG está classificada na faixa 151-200 – cujas pesquisas estão disseminadas entre diversos departamentos e programas de pós-graduação. “Provavelmente existiram contribuições de pessoas de vários cursos para que a UFMG aparecesse nessa faixa”, observa o pró-reitor, que é professor do Departamento de Matemática. Segundo ele, há pesquisas na Física que contribuem para a Ciência de Materiais, mas o QS possui também a subárea ‘Física’. “Percebe-se, assim, que outra parte da Física foi contabilizada nesse assunto, porque os critérios deles não correspondem exatamente ao nosso ordenamento”, diz. Outro fator afeta a análise do QS: o tamanho do banco de dados disponível no mundo. Takahashi explica que a definição de determinadas áreas, e não de outras, para serem classificadas, está fortemente ligada à quantidade de dados mundiais disponíveis “para gerar um ranqueamento razoável”. Esse parece ser o caso da Veterinária, em que estão citadas apenas as 50 melhores instituições do mundo. Produção nacional “Em algumas áreas, boa parte do que é relevante publicar é para pares que estão no Brasil. Portanto, se fosse incluída no ranking, a Educação sofreria do mesmo impacto, isto é, parte expressiva da produção não apareceria nesses indicadores”, comenta o pró-reitor. Ele enfatiza a importância de internacionalizar a produção científica, mas sem diminuir o empenho com a produção nacional, dimensão não contabilizada em indicadores como o QS. Assim como a Educação, a pesquisa em Veterinária produzida na UFMG é considerada de destaque para padrões nacionais e internacionais, mas também tem grande parte de seus resultados publicada em periódicos locais.
Outro aspecto que deve ser considerado, de acordo com Ricardo Takahashi, é a produção específica publicada em língua portuguesa ou em periódicos nacionais e, portanto, não contabilizada pelo QS. “É preciso ter cautela. Não se pode concluir que o que está fora do ranking não seja necessariamente de excelência”, pondera o professor, citando como exemplo a área de Educação, considerada de destaque na UFMG e com grande concentração de publicações nacionais.