Fotos: Foca Lisboa/UFMG |
Panorama sobre as mudanças em curso na graduação da UFMG foi apresentado, na manhã desta quinta-feira, 30, durante a reunião Mudanças no ensino de graduação da UFMG: análise e perspectivas, realizada pela Pró-reitoria de Graduação (Prograd), no auditório nobre do Centro de Atividades Didáticas de Ciências Naturais (CAD 1), campus Pampulha. Na abertura do evento, que reuniu coordenadores de cursos e lideranças acadêmicas, a vice-reitora Sandra Goulart Almeida ressaltou a importância do encontro, que, segundo ela, “inaugura uma série de seminários que serão realizados ao longos dos próximos meses e do ano que vem para refletir acerca da graduação na Universidade”. “Este é o momento de avaliar e pensar nos rumos que queremos para os nossos cursos de graduação. Sabemos que há muito a ser feito, considerando a importância da contribuição das instituições federais para o ensino no país, mas não podemos ficar apenas a reboque das determinações do Ministério da Educação; precisamos antecipar ações e conduzir as mudanças que são necessárias”, defendeu a vice-reitora. A reunião desta manhã começou com a apresentação de diagnóstico das mudanças em curso na graduação da UFMG, seguida por avaliação do desempenho acadêmico dos estudantes que ingressaram por meio de ações de política afirmativa e beneficiários das políticas de assistência estudantil da Universidade. Sisu e Vestibular “Percebemos claramente que o Sisu aumentou a competitividade pelo ingresso nos cursos da Universidade. Hoje, a estratégia do candidato para entrada é bastante diferente da adotada na época do Vestibular. Se antes o estudante se inscrevia após escolher o curso, hoje essa lógica se inverte: ele faz a prova e avalia, com base nas notas obtidas, as alternativas de cursos e instituições”, avalia Takahashi. Outra mudança importante trazida pelo novo modelo é o aumento da mobilidade de alunos entre os processos seletivos. “Com o Sisu, há dois processos de seleção no ano. Com isso, surgiu a possibilidade de um estudante que ingressa em um curso da UFMG tentar a entrada em outro no processo seletivo seguinte”, ressaltou Carolina Silva Pena, coordenadora do Setor de Estatística da Prograd. Para o pró-reitor, essa alteração trouxe uma preocupação. “Precisamos de estratégias para encarar essa mobilidade precoce do estudante, uma vez que, por meio do Sisu, ele ocupa nova vaga ofertada pela Universidade. A UFMG precisa se adaptar a esse novo cenário e pensar formas de mobilidade por meio de processos internos”, acredita Takahashi. Dados apresentados durante o encontro também mostram que, além do evidente crescimento no número de candidatos aos cursos da UFMG, houve um consequente aumento, também expressivo, do número de candidatos por vaga. As notas mínimas de corte dos cursos também subiram, não apenas na ampla concorrência, mas em todas as modalidades de cotas. Desempenho acadêmico “O levantamento demonstra que o desempenho acadêmico desses alunos é bastante similar e, em vários momentos ao longo desse período, superior ao de candidatos que ingressaram na Universidade nas modalidades de ampla concorrência”, afirmou Carolina Pena. Na opinião do pró-reitor adjunto de Graduação, Walmir Matos Caminhas, esses resultados são muito relevantes. “Percebemos que políticas de ação afirmativa consolidadas, associadas a um programa de assistência estudantil também sólido, revelam resultados positivos e bastante significativos para a UFMG”, defendeu ele, que foi assistido pela Fump durante seu período de estudante de graduação.
A adesão da UFMG ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) trouxe mudanças significativas ao perfil do corpo discente e, consequentemente, dos cursos de graduação da Universidade. Na opinião do pró-reitor de Graduação, Ricardo Takahashi, o momento por que passa o ensino da UFMG no âmbito da graduação demanda mudanças.
A Pró-reitoria de Graduação também apresentou, durante o encontro, uma análise acerca do Rendimento Semestral Global (RSG) de alunos que ingressaram na Universidade por meio de ações afirmativas – como a política de bônus, que vigorou de 2009 a 2012, e a lei de cotas, adotada a partir do processo seletivo de 2013 – e dos assistidos pela Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump) no período de 2011 a 2013.