O Café Controverso de amanhã, 9, recebe, às 11h, dois especialistas para discutir a fotografia química na era digital. Participam do encontro o professor Tibério França, da Escola Guignard, e o fotógrafo da Escola de Belas-Artes (EBA) da UFMG, Cleber Falieri. Ambos são coordenadores do Núcleo de Imagem Latente, grupo responsável pela realização anual da mostra fotográfica Pinhole Week. A popularização de aparelhos celulares equipados com câmeras tornaram o ato de fotografar muito mais presente no cotidiano das pessoas, possibilitando o registro de situações ordinárias da vida. No debate, Tibério e Cleber vão discutir, diante dessa realidade, o papel atualmente ocupado pela fotografia feita por meios analógicos e as mudanças comportamentais advindas dessa popularização da fotografia. Tibério França lembra que as antigas máquinas fotográficas que utilizavam película produziam até 36 poses, o que obrigava o fotógrafo a ser muito seletivo em relação aos objetos que escolhia retratar. “No formato digital, essa limitação quase não existe. Podem ser produzidas quantas imagens forem necessárias. Basta apagar a última que não deu certo". O professor analisa que a facilidade gerou o que ele chama de “alienação do processo”, já que fotografar tornou-se um ato quase automático. “Sou um defensor da fotografia digital. A minha crítica é que essa facilidade resulta também em uma desvalorização do registro. As fotos são prontamente descartadas se não atendem a uma expectativa imediata, sem que se permita o tempo necessário para uma avaliação posterior dos valores estéticos e históricos daquela imagem”, diz ele, chamando atenção para a repetição de poses, que, de acordo com ele, é consequência de um olhar que se habituou às mesmas situações. O Espaço do Conhecimento fica no Circuito Cultural Praça da Liberdade.