Levantamento concluído recentemente pela Pró-reitoria de Graduação da UFMG revelou que, em quase 80% dos cursos, a nota mínima no Enem necessária para ingresso dos cotistas em 2014 foi maior do que aquela necessária para o ingresso dos não cotistas em 2013. No ano passado, a UFMG participou pela primeira vez do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). De acordo com o pró-reitor de Graduação, professor Ricardo Takahashi, os números refletem o aumento da competitividade gerado pelo Sisu, por dois motivos principais. “Primeiro, aumentou muito a concorrência – o número de candidatos por vaga, no geral, quadruplicou. O segundo motivo, talvez ainda mais relevante, é que, ao longo do processo de inscrição, pelo Sisu, os candidatos podem monitorar suas notas e possibilidades de ingressar nos diversos cursos e instituições, o que permite redefinir opções”, explica Takahashi. “Esse rearranjo faz subir as notas de corte. Isso acontece para todos os candidatos, mas o efeito é tal que os cotistas precisaram de notas maiores em 2014 que os não beneficiados pelas cotas em 2013.” Takahashi afirma que o fenômeno não necessariamente se aplica aos cursos mais concorridos, como Direito e Medicina. Um exemplo revelado pelo estudo estatístico é o curso de Administração noturno. No vestibular de 2013, a nota mínima para o ingresso de um não cotista foi de 620,6 pontos no Enem; no Sisu 2014, um estudante beneficiado pelas cotas precisou de pelo menos 629,6 pontos no Enem para ser aprovado.
Os beneficiados pelas cotas são estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas, e há reservas de vagas específicas, dentro das cotas, para estudantes de baixa renda e para aqueles autodeclarados pretos, pardos ou indígenas.