Fotos: Foca Lisboa / UFMG |
A apropriação da ciência como opção de carreira e a sua difusão como instrumento de ascensão social são alguns dos fatores que legitimam os esforços de promoção da divulgação científica, na avaliação do diretor de Popularização das Ciências do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), professor Douglas Falcão, em conferência proferida na manhã de hoje, durante o 1º Encontro do Fórum de Cultura Científica da UFMG, realizado na Sala de Sessões da Reitoria. Para Falcão, o empoderamento da ciência por toda a sociedade e o compartilhamento das incertezas decorrentes do desenvolvimento tecnológico, especialmente em relação aos impactos ambientais de longo prazo, são razões que devem impulsionar a divulgação científica. “A divulgação é ferramenta de leitura do mundo, principalmente para que os mais novos tenham consciência de que vivemos em uma sociedade marcada pela intervenção humana, um fenômeno muito recente. Tudo o que vemos à nossa volta é produto da tecnologia”, completou o diretor do MCTI. Mais passos à frente Os museus mantidos pela Universidade, as exposições itinerantes, os projetos de extensão e a participação em redes internacionais foram enumerados pela pró-reitora de Extensão, Benigna Maria de Oliveira [foto], como exemplos que comprovam o “protagonismo” da UFMG no campo da divulgação científica. “Precisamos criar mecanismos de articulação dessas iniciativas, para dinamizar sua difusão”, disse. A jornalista Vívian Teixeira, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), descreveu as iniciativas de divulgação promovidas pela entidade e defendeu que a "difusão científica deve ocupar muitos e diferentes espaços na sociedade”. Desafios O professor Sérgio Cirino, diretor de Produção Científica da Pró-reitoria de Pesquisa, fez uma exposição sobre o Portal de Periódicos da UFMG, mídia virtual que será lançada no segundo semestre com 70 revistas científicas atualmente editadas no âmbito da Universidade. O Colaboratório Digital, plataforma criada pela Coordenadoria de Políticas de Inclusão informacional (CPInfo), com o objetivo de gerar produtos e serviços de informação direcionados ao apoio, interação, colaboração e comunicação direta entre os membros da comunidade acadêmica e a sociedade, foi apresentado pela professora Maria Aparecida Moura, da Escola de Ciência da Informação (ECI). “É importante encontrar formas de fortalecer o diálogo entre os saberes popular e acadêmico e sistematizá-las”, defendeu. Promovido pela Diretoria de Divulgação Científica (DDC) e pela Pró-reitoria de Extensão (Proex), o Fórum de Cultura Científica da UFMG é uma iniciativa construída em diálogo com diversos setores da Universidade envolvidos em ações de ensino, pesquisa e extensão. Seu objetivo é discutir temas relacionados à cultura e divulgação científica e a estratégias para articular e conferir visibilidade às diversas ações de comunicação pública do conhecimento produzido pelos grupos da UFMG.
O reitor Jaime Ramírez [foto] salientou que, embora existam na Universidade várias iniciativas de divulgação científica, é preciso “dar mais passos à frente”, com o intuito de “prestar satisfações à sociedade” quanto à tecnologia e inovação desenvolvidas no âmbito da UFMG.
Douglas Falcão comentou sobre os principais desafios considerados pelo MCTI no que se refere à divulgação científica. Ele mencionou a necessidade de se levar a informação sobre ciência a grupos marginalizados da população brasileira, como índios, quilombolas, ribeirinhos e moradores de comunidades rurais, além de envolver mais as mulheres e ampliar a presença da ciência na programação televisiva e nas redes sociais.