Infraestrutura para uso de bicicletas domina discussões sobre mobilidade no campus

Elaboradas com base no princípio da acessibilidade e orientadas conforme o “conceito de parque”, propostas de intervenções visando à melhoria das condições de deslocamento não motorizado no campus Pampulha foram apresentadas pela diretora da Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento da UFMG, Renata Siqueira, durante encontro realizado no auditório da Reitoria, na manhã de hoje. A atividade foi mediada pelo professor Roberto Monte-Mór, da Faculdade de Ciências Econômicas (Face).

“As melhorias podem ser feitas gradativamente, de acordo com a aceitação e a demanda da comunidade”, defendeu a diretora. O estudo feito no âmbito da Proplan dividiu as obras em três eixos: bordas do campus (incluindo reforma das portarias e calçadas), vias principais (instalação de ciclovias, travessias elevadas e mobiliário padronizado) e área de transição (estabelecimento de percursos acessíveis, eliminação dos obstáculos e construção de bicicletários e ciclofaixas).

O relatório estima uma demanda de cinco quilômetros de ciclovias, 24 de ciclofaixas e 21 unidades de bicicletários no campus Pampulha.

Segurança, resistência e facilidade
O Projeto Pedalar, elaborado pelo Departamento de Projetos, vinculado à Pró-reitoria de Administração, foi apresentado pela arquiteta Stella Cândido [foto]. Os conjuntos de paraciclos (estacionamentos de bicicletas) devem ser instalados, segundo prevê o projeto, próximos às portarias das unidades, com iluminação noturna e sob a sombra de árvores. “Os aparelhos também devem ser resistentes ao uso constante e às intempéries, além de fáceis de usar”, destacou.

A estudante Irene Benevides, do curso de Educação Física, expôs algumas observações sobre os bicicletários existentes na UFMG feitas pelo grupo de estudos de que participa. “A maioria das instalações é pouco utilizada, principalmente por estarem em local sem vigilância. Muitos usuários preferem estacionar suas bicicletas em árvores e outros pontos de maior visibilidade”, disse.

O professor Dimas Gazzola, da Escola de Engenharia, apresentou o Projeto Pedala Moradia, criado pela Fump, com o objetivo de reduzir o tempo de deslocamento dos residentes nas moradias universitárias para o campus e promover integração com a comunidade externa. “Os principais desafios, apurados em pesquisa com os estudantes, dizem respeito à falta de segurança no trânsito da cidade e à inexistência de bicicletários suficientes”, relatou.

O evento prossegue até o fim desta tarde com apresentação de mais sugestões e propostas relacionadas à mobilidade no campus. A atividade é aberta às comunidades interna e externa.