O Centro de Geologia Eschwege, vinculado à UFMG e fundado há 50 anos, vai realizar, de 24 a 26 de setembro, em Diamantina, o Simpósio Geologia do Espinhaço. O evento científico, de caráter internacional, vai homenagear o professor Reinhard Pflug, fundador do instituto. O simpósio – que será sediado no Instituto Casa da Glória, onde fica o Centro Eschwege – visa relembrar o ponto inicial das pesquisas geológicas na Serra do Espinhaço, resultado de cooperação técnico-científica entre Brasil e Alemanha, e discutir os avanços ao longo das últimas cinco décadas. O evento tem apoio do Instituto Casa da Glória, do Instituto de Geociências da UFMG (IGC), do Instituto de Geociências da UnB e do curso de Engenharia Geológica da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Conheça a programação. Outras informações podem ser obtidas pelo endereço sec.simposiogeologia2015@gmail.com. O Instituto e o Centro O fundador Porção meridional
Estão confirmadas as presenças de representantes das agências de fomento à pesquisa dos dois países. São esperados 200 participantes e 50 contribuições científicas. Resumos de trabalhos podem ser enviados até 7 de setembro. As inscrições devem ser feitas pelo site do simpósio.
Instituto Eschwege foi o nome inicial do Centro de Geologia Eschwege, espaço que é referência no ensino de mapeamento geológico. Mantido inicialmente com recursos financeiros do governo alemão, o Instituto funcionou na casa da Rua Direita, 36 (ao lado do Museu de Diamante). Em 1972, foi adquirida a casa da Rua Silvério Lessa. Em 1978, quando cessou a subvenção alemã, a UFMG adquiriu os dois casarões interligados pelo passadiço para a instalação do Instituto Eschwege, que passaria então a se chamar Centro de Geologia Eschwege (CGE). O Centro desempenha papel fundamental para a formação de centenas de geólogos brasileiros e para a realização de mais de sete dezenas de teses de doutoramento e dissertações de mestrado defendidas em universidades brasileiras e alemãs.
Nascido em 1932, Reinhard Pflug graduou-se em Geologia na Universidade de Bonn, onde também se tornou doutor em Ciências Naturais. Em 1960, tornou-se professor da Escola Nacional de Geologia do Rio de Janeiro (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde permaneceu até 1964. Pflug realizou pesquisas no sul do Brasil e no oeste mineiro, mas foi na Serra do Espinhaço meridional que desenvolveu estudos sistemáticos em mapeamento geológico para resolver problemas de natureza sedimentológica-estratigráfica e estrutural. Pflug encontrou, em Diamantina, condições materiais e humanas para dar suporte a sua almejada sede de campo. A experiência de Pflug no território mineiro, o apoio que sempre obteve do Departamento Nacioonal de Pesquisas Minerais (DNPM) e de geólogos de renome e seu status acadêmico em Heidelberg contribuíram para convencer os governos alemão e brasileiro sobre a pertinência de um projeto de colaboração entre os dois países para dar continuidade às pesquisas geológicas na Serra do Espinhaço.
Diamantina está localizada na porção meridional da Serra do Espinhaço e apresenta altitude média de 1.280 metros. Emoldurada por uma paisagem rupestre, o antigo arraial do Tejuco foi fundado em decorrência da descoberta do ouro e do diamante. A estrutura geológica condicionou uma topografia movimentada que abriga cachoeiras e campos rupestres reconhecidos pela diversidade biológica. Diamantina é um Patrimônio Mundial reconhecido pela Unesco desde 1999 e integra a Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, certificada em 2005. A riqueza dos diamantes possibilitou a construção de um patrimônio arquitetônico responsável pela atração de visitantes interessados pelo conjunto colonial barroco.