Universidade Federal de Minas Gerais

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Bois guzerás: animais com bom rendimento econômico, mas de temperamento hostil

Pesquisa do ICB relaciona genes a comportamento arredio de bois da raça guzerá

sexta-feira, 11 de setembro de 2015, às 5h51

Belos, rústicos, bons produtores de carne e leite e resistentes a parasitas e a altas temperaturas. Não faltam predicados aos animais da raça Guzerá, a terceira raça zebuína com maior número de bois espalhados pelo Brasil. A única ressalva está no comportamento arredio observado em alguns animais da espécie, fato que motivou um estudo genético desenvolvido pela pesquisadora Fernanda Caroline dos Santos e apresentado como dissertação de mestrado no início deste ano no Instituto de Ciências Biológicas (ICB).

Para compreender a razão de alguns animais da espécie apresentarem comportamento mais hostil que outros, Fernanda Caroline dos Santos buscou determinar as variações no genoma que contribuem para esse temperamento. Para tanto, a pesquisa foi dividida em duas etapas: inicialmente, houve a medição do temperamento dos bois. Depois, foram feitas análises, em laboratório, do genoma dos animais.

O diagnóstico do temperamento foi feito em aparelho desenvolvido na Escola de Veterinária da UFMG pelo professor José Aurélio Bergmann. Chamado de Reatest, trata-se de um sensor eletrônico instalado embaixo de balanças, que detecta, quando o animal é pesado, se ele está calmo ou agitado.

“O Reatest capta o grau de incômodo que o boi sente ao passar pela pesagem, processo comum nas fazendas. Ao final da medição, é lançada uma pontuação para cada animal, que expressa um grau de agitação e nervosismo”, explica Fernanda Santos.

Na primeira etapa de medições, foram avaliados 1.350 animais de fazendas mineiras que integram o Programa Nacional de Melhoramento do Guzerá para Leite. Essa etapa, realizada pelas pesquisadoras Maria Gabriela Campolina Diniz Peixoto e Maria de Fátima Ávila Pires, da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora, constatou que a grande maioria dos animais é calma e já está acostumada com os procedimentos da fazenda e com a presença de humanos. Apenas 5% dos animais apresentaram comportamento bravio.

A segunda etapa da pesquisa consistiu na análise do genoma de 750 fêmeas que haviam sido pesadas. Foi comprovado que 5% das fêmeas menos dóceis possuíam características semelhantes em certa região do genoma. “Usamos uma técnica em que se observam algumas variações ao longo de todo o genoma dos animais e fizemos associações para verificar se cada uma delas contribuía para esse comportamento. Nosso trabalho foi identificá-las e reduzi-las a pequenas regiões do genoma”, explica Fernanda.

Depois das primeiras análises, o procedimento foi aperfeiçoado. “Começamos procurando no genoma inteiro. Depois, reduzimos para quatro cromossomos e concluímos que a alteração que coincidia no temperamento bravio dos bois estava presente nos cromossomos 1, 5, 14 e 25”, diz a pesquisadora.

Mutações
Fernanda Caroline dos Santos afirma que pretende realizar, ao longo do doutorado, pesquisa para aprofundar os resultados do estudo. “Agora devemos sequenciar o genoma completo de alguns animais bravios para encontrar as mutações”, diz.

A orientadora do estudo, professora Maria Raquel Santos Carvalho, do Departamento de Biologia Geral do ICB, acrescenta que a identificação das mutações causadoras do comportamento indócil pode favorecer o avanço em processos de melhoramento genético. “Poderemos selecionar características que serão passadas às próximas gerações, excluindo os genes do temperamento bravio. Se um animal produz leite, mas sua descendência apresenta problemas de agressividade, será possível excluí-lo dos processos de reprodução”, explica.

Ela acrescenta que o estudo também tem grande importância econômica, uma vez que animais mais dóceis diminuem os custos de criação dos produtores. “Animais mais hostis podem causar acidentes de trabalho, e o processo de domesticação é caro. O melhoramento genético vai reduzir esse tipo de custo ao possibilitar a escolha dos bois dóceis para reprodução”, conclui.

Boa de carne e de leite
A raça Guzerá (Bos indicus) surgiu na costa ocidental da Índia e foi a primeira raça zebuína a chegar ao Brasil, por volta de 1870. Animal de grande porte, é bom produtor de carne e leite, além de ser altamente resistente a ambientes que passam por extensos períodos de seca. Esse perfil favoreceu a disseminação da raça pelo interior nordestino.

O guzerá oferece uma alternativa viável para os criadores em momentos de baixa no mercado leiteiro. “Quando a rentabilidade do leite não está boa, há a opção de se comercializar o animal para corte”, conclui Fernanda Caroline dos Santos.

Dissertação: Identificação de genes candidatos para a reatividade na raça Guzerá (Bos indicus): um estudo de associação em escala genômica
Autora: Fernanda Caroline dos Santos
Orientadora: Maria Raquel Santos Carvalho
Coorientadora: Maria Gabriela Campolina Diniz Peixoto
Defesa: 25 de fevereiro de 2015, no Programa de Pós-graduação em Genética do ICB

(Luana Macieira)

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