Fotos de divulgação/Team Paul Bonhomme |
Pesquisadores do Centro de Estudos Aeronáuticos (CEA), da Escola de Engenharia da UFMG, integram a equipe que acaba de conquistar o campeonato mundial Red Bull Air Race, competição em que aviões atingem altíssimas velocidades (até 360 km/h) em baixa altitude. Depois de vencer quatro das oito corridas da temporada 2015, o avião pilotado pelo britânico Paul Bonhomme chegou em segundo lugar na etapa final – realizada no último fim de semana, em Las Vegas (EUA) – e ficou com a maior pontuação do ano. O grupo coordenado pelo professor Paulo Iscold, do Departamento de Engenharia Mecânica, está envolvido desde 2008 com a Red Bull Air Race. Em 2010, passou a integrar o Team Bonhomme, quando foi campeã. O trabalho do grupo do CEA se dá em duas frentes, de acordo com o professor Paulo Iscold. Um dos objetivos é promover melhorias para reduzir o arrasto aerodinâmico e aumentar a velocidade da aeronave. Ele explica que o foco é a relação da aerodinâmica dentro e fora do avião. “Precisamos ter ar para queima de combustível e para refrigeração, mas não podemos fazer isso de qualquer forma. Nosso papel é obter sempre maior eficiência na aerodinâmica interna e externa”, diz Iscold. Ele acrescenta que o trabalho é feito no computador e no campo, e que algumas peças foram fabricadas na UFMG. O grupo da UFMG atua também na otimização de trajetórias do avião. Foi desenvolvido um programa de computador que analisa os circuitos a priori e determina a melhor forma de cumprir o circuito da prova. No dia de cada competição, em tempo real, outro programa desenvolvido na UFMG detecta erros na trajetória e indica as melhores opções. No trabalho com o Team Bonhomme, Paulo Iscold conta com a produção de alunos como André Goldstein, da graduação em Engenharia Aeroespacial, que participa intensamente ao longo do campeonato, inclusive nos dias de prova, quase sempre a distância, no controle dos softwares e na análise do desempenho do piloto e da aeronave. A experiência da UFMG com a Red Bull Air Race tem sido importante para o desenvolvimento do avião Anequin, construído no Centro de Estudos Aeronáuticos e que bateu recordes de velocidade em agosto, no Rio de Janeiro. Segundo Iscold, a recíproca é verdadeira: o desenvolvimento do Anequin, ao longo dos últimos cinco anos, tem fornecido subsídios para a atuação na competição internacional.
Paulo Iscold leva bandeira brasileira ao pódio: avião venceu metade das provas