Universidade Federal de Minas Gerais

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Corpo presente (2013-2014), obra do artista Comum

Em livro, professora da EBA reúne intervenções artísticas que tornam as cidades mais sensíveis

terça-feira, 3 de novembro de 2015, às 5h59

Carroceiros, suas carroças e cavalos sobrevivem em grandes cidades brasileiras como resquícios de ruralidade, na contramão da lógica ditada por carros, prédios e pela famigerada higienização dos espaços públicos. Na capital pernambucana, eles são proibidos de circular pela área central, mas tiveram seu dia de glória, em 2012, quando o artista Jonathas de Andrade organizou a 1ª Corrida de Carroças no Centro da Cidade do Recife. Ele tratou o evento como uma cena de filme, artifício para obter da prefeitura o fechamento de ruas e o livre acesso de veículos e animais.

O trabalho de Jonathas de Andrade é uma das ações escolhidas pela artista e pesquisadora Brígida Campbell, professora da Escola de Belas-Artes da UFMG, para o livro Arte para uma cidade sensível (Editora Invisíveis Produções). Ela apresenta o que chama de "pequena amostra" de projetos que transformam o espaço público em ambiente de produção artística. As obras são divididas em cinco temas e aparecem precedidas de reflexões-conversas com outros pesquisadores.

Envolvida desde 2002 com a produção e a pesquisa sobre arte na cidade, Brígida faz doutorado na USP, e o trabalho de elaboração do livro comporá a discussão que ela vai desenvolver em sua tese. "Esse é um tema aberto a muitas possibilidades de abordagem, de diversos pontos de vista, incluindo o da arte, o da arquitetura e o das ciências sociais", diz Brígida, acrescentando que as obras em questão, em sua maioria acessíveis apenas na forma de registros, têm dinâmica de permanência distinta da arte tradicional e são marcadas "pela construção de sentido no momento e no contexto da intervenção".

Em sua atuação como integrante de coletivos de arte – como o Poro, ao lado de Marcelo Terça-Nada! –, e no contato com outros grupos e artistas, a pesquisadora testemunhou o movimento em que a arte ganhava outros sentidos, "se alargava" e ocupava o espaço público, "naturalmente inspirada por novos e diferentes impulsos estéticos e éticos", como ela escreve na apresentação de Arte para uma cidade sensível.

Diálogos
Vera Pallamin, professora da Faculdade de Arquitetura e ­Urbanismo da USP, conversa com a autora no capítulo Territórios entre o público e o privado. Elas discutem como o imaginário e a lógica do privado – na forma da especulação imobiliária e da ­gentrificação, por exemplo – definem o espaço público. Com Cássio Hissa, do Instituto de Geociências da UFMG, Brígida aborda tempo e temporalidade na cidade. Eles concordam que a arte pode criar imagens que mobilizem a criatividade, ajudando a produzir uma vida melhor. Hissa lembra que a consequência da pressa é "menos reflexão e rebeldia, mais subordinação e menos cidadania".

Na seção Palavra e imagem na cidade, com participação de Marisa Flórido, da UFRJ, Brígida apresenta trabalhos como Piratão, em que o coletivo Filé de Peixe lança mão da estética dos vendedores ambulantes para comercializar milhares de obras de videoarte. A ideia do grupo foi provocar debate sobre direitos autorais, circulação e acesso aos bens artísticos.

O capítulo Performatividade urbana e violência espacial abriga discussão com Renata Marquez, da Escola de Arquitetura da UFMG, sobre o direito à cidade, a rigidez do desenho urbano – que exclui a natureza – e o encontro do artista com "a rede fértil de movimentos e pessoas". Um dos coletivos eleitos pela autora-curadora é o Grupo Empreza, cujos "serões performáticos" geram desconforto, muitas vezes por meio de representações da violência.

Na abordagem final, a professora da EBA, em diálogo com a colega Maria Angélica Melendi, trata da arte como ação direta, com ênfase nas ocupações e coletivos que surgiram com as manifestações de 2013 – como o carioca Projetação, que projeta frases críticas e irônicas em qualquer superfície longe do alcance das mãos. Brígida ressalta, a propósito, que "a arte é sempre política", mesmo quando não engajada ou militante, na medida em que "produz novos imaginários, cria situações poéticas, possibilitando que as pessoas manifestem sua sensibilidade".

Livro: Arte para uma cidade sensível
Autora: Brígida Campbell
Editora: Invisíveis Produções
Patrocínio: Funarte
320 páginas / distribuição gratuita

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