Foca Lisboa/UFMG
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A quarta edição do Domingo no Campus, realizada hoje, 8 de novembro, na Estação Ecológica da UFMG, reuniu cerca de 750 pessoas, atraídas por atividades centradas no bem-estar e na consciência socioambiental. Durante toda a manhã e no início da tarde, pessoas da comunidade externa, estudantes e servidores da UFMG e seus familiares estiveram no local, que abrigou oficinas para públicos de todas as idades, além de atrações artísticas, sessão de cinema e práticas de esportes como tênis, futebol e peteca. A grande novidade desta edição foi a mudança do espaço de realização – as anteriores ocorreram nas proximidades da Reitoria e da Praça de Serviços. Na visão da pró-reitora de Extensão, Benigna Maria de Oliveira, a experiência foi um sucesso. “A Estação é linda, tem variada fauna e flora, além de vasta área verde. É importante que a comunidade acadêmica e a população de Belo Horizonte desfrutem mais desse espaço”, disse. A vice-reitora Sandra Regina Goulart Almeida destacou que o evento vai ao encontro da filosofia de aproximar a UFMG da comunidade. “Está comprovado que a Estação, embora seja primeiramente um local de pesquisa, é espaço privilegiado para recreação e está de portas abertas para a comunidade de Belo Horizonte. É importante que as pessoas visitem o espaço e ajudem a preservá-lo”, propôs. Integrante da equipe de gestão da Unidade, Baeta Neves avaliou como “gratificante” a recepção das pessoas ao evento. “Hoje, ouvi inúmeras solicitações de pessoas que desejam voltar", informou. Benigna de Oliveira chamou a atenção para a diversidade do público presente. “A comunidade acadêmica trouxe seus familiares e conhecidos. A gente vê as pessoas chegando e se situando, pois não conhecem o local, não têm hábito de frequentar a Estação", avaliou a pró-reitora, que resumiu o evento: "Foi um Domingo no campus diferente". Em família Outro que experimentou uma manhã prazerosa com os filhos na UFMG foi o servidor Paulo Mariano, que trabalha na Pró-reitoria de Graduação. “Às vezes, venho à Estação com as meninas (de um e dois anos de idade), mas hoje é um dia especial. É uma pena que não poderemos ficar até o fim do evento, já que elas são muito novinhas”, disse. O estudante Leandro Ferreira, de Engenharia de Sistemas, trouxe a filha Talita. “Recebi e-mail de divulgação do colegiado de curso. Pensei que seria uma ótima oportunidade de recreação e não me decepcionei”, contou. Foca Lisboa/UFMG Inspirada nos animais Terezinha Queiroz, de 75 anos, foi uma das primeiras a chegar ao evento, a tempo de se juntar à turma que se alongava imitando os movimentos do voo de uma águia e do pulo de um sapo. Frequentadora assídua de atividades de lazer oferecidas na Universidade, Terezinha faz aulas de dança folclórica e já participou de edições anteriores do Domingo no campus. "Achei ótima a ginástica, quero participar outras vezes. Agora estou indo pra caminhada e depois quero assistir aos filmes", informou. O Cineclube Olaria, uma das atrações da Estação Ecológica, exibiu cinco filmes. Simultaneamente, crianças se reuniam para construir os instrumentos que seriam usados na oficina de malabares [foto abaixo]. Com balões e alpiste, Rayza Baldoove auxiliava o grupo na criação das bolinhas. "A ideia é fazer algo simples para ser usado depois; pode ser reproduzido em casa e ensinado para os amigos", explicava a instrutora. No segundo momento da oficina, as crianças exercitaram a coordenação manobrando as bolinhas construídas com as técnicas de malabarismo. Mente e corpo sãos Nas duas outras modalidades, as demonstrações mesclavam golpes rápidos com gritos. "O grito é uma forma de externalização da energia de combate", explicou, enquanto os alunos encenavam golpes de jojutsu, luta em que o objetivo é tirar a espada do adversário utilizando um bastão de madeira, o jo. Outra arma usada na apresentação foi desenvolvida pelos camponeses e construída com uma corrente com peso amarrado em uma das pontas e uma foice do lado oposto. "Como os camponeses eram proibidos de ter espadas, o símbolo dos samurais, eles desenvolveram essas armas com os elementos a que tinham acesso", explicou Fonseca. Para a terceira modalidade do kenjutso, os alunos vestiram o traje de proteção completo e apresentaram uma situação real de conflito, com rosto, braços e peito cobertos. Ao fim das demonstrações, o público experimentou alguns golpes contra os instrutores. A oficina de slackline, por sua vez, foi ministrada pelo estudante de Turismo Fernando Gomes. Ele conta que pratica o esporte regularmente com um grupo de amigos. “A modalidade trabalha a concentração, o equilíbrio e a musculatura, além de ajudar no relaxamento”, disse. “Chama a atenção das pessoas porque é um esporte plástico. O medo é a principal barreira, e geralmente as pessoas têm dificuldade de aprender. O controle psicológico é fundamental”, completou. A adolescente Cinthia Emanuelle conta que sempre se interessou pelo slackline, mas nunca pôde contar com um instrutor. “Aqui me senti segura. Achei difícil no começo, mas fui me encontrando. Espero praticar outras vezes”, disse. A organização do evento envolveu as pró-reitorias de Extensão (Proex), de Administração (PRA) e de Assuntos Estudantis (Prae), a Diretoria de Ação Cultural (DAC) e o Centro de Comunicação (Cedecom). Outro parceiro é o Programa de Educação Tutorial (PET) Educação Física e Lazer, responsável pelo evento Tô de boa, tô no campus e pela oficina de slackline. Foca Lisboa/UFMG (Cobertura de Matheus Espíndola e Jeisy Monteiro)
Acompanhado dos filhos de oito e 10 anos, Wanderson Rodrigues aprovou o evento, do qual participava pela primeira vez. “Achei excelente. Tem de fazer mais vezes”, reivindicou.
A preocupação com a oferta de atividades de conscientização ambiental agradou à estudante de Pedagogia Sandra Ribas. Sua filha, a pequena Alana [foto], que frequentou a oficina de criação, foi autora de uma colagem com a seguinte frase: “Poluição faz mal. “É preciso cuidar do planeta”.
A programação do evento foi aberta com a oficina Ginástica Primitiva, caracterizada como atividade física de baixa intensidade, inspirada no movimento dos animais. "É um treino funcional que trabalha os movimentos básicos", explica Gustavo Bello Lisboa, instrutor do exercício. "Além disso, é inclusivo: crianças e idosos podem acompanhar os passos e aprender com a natureza."
"Algumas técnicas que vamos apresentar têm mais de 900 anos e são difíceis de se ver até no Japão", anunciou o instrutor Alessandro Fonseca, na abertura da apresentação de Kenjutsu, arte marcial desenvolvida pelos samurais. O coordenador do Instituto Niten apresentou as características de três modalidades da luta, com demonstração prática dos alunos, começando pelo Iaijutsu, técnica de treinamento individual, em que o praticante ensaia golpes contra um oponente imaginário.
Apresentação de Kenjutsu, arte marcial desenvolvida pelos samurais, em que o grito externaliza a energia que move o combate