"Não há como modificar a graduação a não ser convencendo a comunidade de outras possibilidades fora do lugar comum”, afirmou o reitor Jaime Ramírez na abertura do 2º Fórum de Cultura Científica da UFMG, realizado na tarde desta quarta-feira, na Sala de Sessões da Reitoria, campus Pampulha. O objetivo do evento é promover a discussão de políticas de formação da comunidade acadêmica para a disseminação do conhecimento científico produzido por grupos de pesquisa. Compuseram também a mesa de abertura representantes das pró-reitorias de Graduação, Pesquisa e Extensão e da Diretoria de Divulgação Científica da UFMG. A pró-reitora de Extensão, Benigna Maria de Oliveira destacou alguns resultados práticos da primeira reunião, em junho deste ano, como a elaboração da política de periódicos da UFMG, o resgate da proposta de um colaboratório digital e a disponibilização da Formação Transversal para os currículos de graduação. Em seguida, o pró-reitor de Graduação, Ricardo Takahashi, abordou a Formação Transversal. "O saber transversal é aquele comum a todas as áreas do conhecimento e ao interesse público. A Formação é uma estrutura idealizada pela Universidade que, de forma sistemática, promove o diálogo dos cursos de formação científica com o interesse dos alunos", disse. A formação é ofertada na forma de disciplinas que totalizam 360 horas-aula, disponíveis para todos os cursos de graduação. Ainda segundo Takahashi, "é algo que possibilita a aquisição de competências e habilidades para lidar com as necessidades da sociedade". No encerramento do encontro, Evaldo Ferreira Vilela, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), copromotora do Fórum, apresentou práticas de divulgação transversal adotadas na instituição. Segundo ele, "em tempos de crise, é preciso fazer mais, melhor e compartilhar o que fazemos, pois as pessoas precisam enxergar a aplicabilidade da ciência". Vilela enumerou ações da Fapemig, como o lançamento de chamadas públicas para popularização da ciência em 2016, a idealização da Rede Mineira de Comunicação Científica e o lançamento de versão da revista Minas Faz Ciência dirigida ao público infantil. Após cada palestra, a plateia fez perguntas e sugestões que deverão servir de subsídio para novas iniciativas do Fórum. O diretor de Produção Científica da Pró-reitoria de Pesquisa, Sérgio Cirino, destacou, entre as sugestões, a ampla divulgação por meio dos colegiados e canais institucionais, a qualificação do corpo docente para a prática da comunicação científica e a abertura de aulas da Formação Transversal para público mais amplo. Aberto às comunidades interna e externa, o Fórum de Cultura Científica é promovido pelas pró-reitorias de Extensão e Pesquisa, em diálogo com diversos setores da Universidade envolvidos em ações de ensino, pesquisa e extensão. (Assessoria de Comunicação da Pró-reitoria de Extensão)
Yurij Castelfranchi [foto], professor do Departamento de Sociologia da Fafich, ressaltou a importância da comunicação pública da ciência, considerando a divulgação científica como ferramenta para a cidadania, o acesso à informação e a democracia. "No contexto atual, a ciência se tornou, na prática, algo que atravessa nosso cotidiano. A ciência é apropriada pela cultura de forma cada vez mais capilar, de forma que a realidade científica já serve para legitimação de argumentos políticos, culturais e sociais", explicou Castelfranchi, para quem a divulgação científica transversal é uma forma de "diálogo de igual para igual com a sociedade".