O líder yanomami Davi Kopenawa estará na UFMG na próxima segunda-feira, 23, para falar sobre o livro recém-lançado no Brasil A queda do céu: palavras de um xamã yanomami, escrito em coautoria com o antropólogo Bruce Albert. A agenda de Kopenawa no campus Pampulha inclui o seminário Saberes indígenas na escola: Yanomami, Sanumá e Ye’kwana, a partir das 8h30, na Sala de Teleconferências da Faculdade de Educação (FaE), e a seção Palavras de um xamã yanomami, das 14h às 17h, no auditório Neidson Rodrigues, da FaE. Ainda no dia 23, a partir das 17h, Davi Kopenawa participa da mostra Olhar: um ato de resistência, no Forumdoc.bh 2015, no Cine 104, localizado na Praça Rui Barbosa, 104, Centro. A queda do céu Através de metáforas, comparações e críticas ao mundo ocidental, Kopenawa relata sua trajetória e luta política, a história de seu povo e as tragédias provocadas pelo contato com os brancos a partir de 1960. Davi Kopenawa descreve também a cosmologia Yanomami e alerta os napë quanto à destruição da floresta e de seus seres e à consequente queda do céu. Narrando os mitos de origem, as histórias de Omama (demiurgo) e dos xapiri (espíritos), Davi é ao mesmo tempo porta-voz desses seres e de seu sogro, que lhe guiou ao xamanismo. O evento é realizado pelo Observatório da Educação Escolar Indígena da UFMG, em parceria com Saberes Indígenas na Escola, do Ministério da Educação, e apoio do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Ieat), da Faculdade de Educação da UFMG (Fae) e do Instituto Inhotim.
Lançado na França em 2010 e recentemente no Brasil, o livro A queda do céu: palavras de um xamã yanomami já é considerado um marco na antropologia. Kopenawa explica que quis escrevê-lo, com a ajuda de Bruce, para que os napë – o povo branco – escutem suas palavras, já que o pensamento do “povo da mercadoria” fica vazio se não estiver em “pele de papel”. Segundo ele, “o pensamento yanomami não precisa ser desenhado no papel, fixa-se dentro dos corpos e é longo como um livro interminável”.