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Começou, na manhã desta quarta-feira, a Semana do Reconhecimento da Escola de Belas Artes (EBA). A programação do evento está condensada em dois dias de atividades (hoje e amanhã, 2 e 3 de dezembro), com programação nos turnos da manhã, da tarde e da noite. Serão realizadas palestras, oficinas, exposições, painéis e uma apresentação das ações artísticas realizadas por estudantes da EBA – além de uma visita guiada ao laboratório de conservação e restauração de peças do Presépio do Pipiripau. Todas as atividades são gratuitas, mas algumas demandam inscrição. A programação da Semana começou com uma palestra da artista Rosângela Rennó sobre Práticas artísticas contemporâneas e seus espaços de criação. Antes, a diretora da Escola de Belas Artes, Bya Braga, contextualizou a realização do evento, que traz, em seu nome, referência à Semana do Conhecimento da UFMG. “O nome é uma brincadeira que fazemos com a Semana do Conhecimento. A Semana do Reconhecimento é, sobretudo, uma celebração da existência da Escola de Belas-Artes na UFMG”, disse a professora. A intenção é evidenciar a arte, com suas especifidades, em conhecimento – não só no estudo que se faz dela, mas também em próprio aspecto produtivo. “Criamos o evento em 2013 para que pudéssemos nos reconhecer nas múltiplas áreas que hoje compõem a Escola de Belas Artes, e também para que pudéssemos criar um contexto de convivência. O ato do convívio é um valor para nós, pois é por meio dele que conseguimos valorizar nossas diversidades e diferenças, de forma a atuar no mundo de maneira não só plural, mas também para o bem comum”, demarcou. Artista no mercado Dirigindo-se a um público formado majoritariamente por estudantes de graduação, Rosângela Rennó apresentou algumas das questões relativas ao campo das artes que mais a inquietam, como o circuito mercadológico e o afã dos novos artistas em estabelecer uma relação com ele. “Sou de uma geração [da segunda metade da década de 1980] que começava a trabalhar pelo prazer de trabalhar. Havia poucas galerias, e elas não se interessavam por outra coisa que não pintura. Hoje, sinto que a questão é outra: muitos dos novos artistas têm colocado o mercado de arte como meta, salvação e solução. Acho que não é por aí. Antes de tudo, é preciso trabalhar. Acreditar no que se faz. E então procurar informar-se, procurar os pares”, disse. Rosângela Rennó não deixou de delimitar as particularidades de cada tempo. “Naquela época, havia uma grande angústia em relação a como iríamos viver do que estávamos aprendendo e fazíamos. Por outro lado, havia uma liberdade enorme: a gente fazia o que queria, tínhamos liberdade total de criação e produção", analisou.
Em seguida, a professora Bya Braga e o vice-diretor da EBA, Cristiano Bickel, mediaram a palestra de Rosângela Rennó, que apresentou seus principais trabalhos e falou sobre alguns bastidores de produção.