Universidade Federal de Minas Gerais

Frequência de doadores do grupo ‘O’ perigoso no hemocentro de BH é superior à média nacional, constata dissertação defendida na Faculdade de Farmácia

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015, às 5h50

mariana%20godin.jpg Quando se fala em doador tipo "O", logo vem à mente a ideia de doador universal, aquele cujo sangue pode ser recebido por pessoas de todos os grupos: "A", "B", "AB" e "O". Há, no entanto, uma parcela de doadores universais, conhecida como grupo "O" perigoso, cujo sangue pode provocar reações adversas – como complicações renais – nos receptores dos outros três grupos.

Em sua dissertação de mestrado, Grupo sanguíneo "O" perigoso: a realidade da Fundação Hemominas – Hemocentro de Belo Horizonte, Minas Gerais, defendida na Faculdade de Farmácia, a pesquisadora Mariana Martins Godin [em foto de Lucas de Oliveira], da Fundação Hemominas, concluiu que, em alguns casos, a transfusão de componentes do sangue do grupo "O" devem ser feitas apenas para receptores do mesmo grupo.

Orientado pela professora Luci Dusse, da Faculdade de Farmácia, o estudo também constatou que a frequência do doador "O" perigoso no Hemocentro de Belo Horizonte é bem superior à registrada em outros bancos de sangue do país. Ela chega a 30,5%, ao passo que, em outros hemocentros, esse índice varia de 1,2% a 13,6%.

O doador do grupo "O" é considerado universal porque suas hemácias não apresentam os antígenos "A" e "B". Ao mesmo tempo, no entanto, ele possui os anticorpos naturais anti-A e anti-B que, quando presentes em níveis elevados, podem causar reações adversas nos receptores dos grupos "A", "B" e "AB".

"Quando um paciente de um desses três grupos recebe um componente sanguíneo de doador do tipo "O" que apresenta ¬elevada concentração de anticorpos, pode ocorrer o que chamamos de reação transfusional hemolítica. As hemácias do paciente podem ser destruídas dentro do vaso sanguíneo, liberando hemoglobina. Consequências clínicas, como complicações no sistema renal, podem agravar o estado do paciente que recebeu a doação", salienta Mariana Godin.

A pesquisadora da Fundação Hemominas acrescenta que esse processo é particularmente importante quando o hemocomponente transfundido carreia grande quantidade de plasma, a exemplo do que ocorre na transfusão de plaquetas. "Os hemocomponentes dos doadores de sangue'O' perigoso podem, no entanto, ser transfundidos, sem riscos, a pacientes do grupo 'O'", garante.

Mulheres e jovens
O estudo revelou, ainda, que doadores do grupo "O" perigoso são mais frequentemente encontrados entre mulheres do que entre os homens. Isso ocorre porque, quando uma mulher do tipo "O" gera um filho de outro grupo sanguíneo, o seu sistema imunológico é estimulado a aumentar a produção de anticorpos anti-A e anti-B, que podem ser mantidos em elevada concentração ao longo dos anos. O fenômeno também é mais comum entre pessoas de 18 a 29 anos, "o que se explica pelo fato de o sistema imunológico ser mais ativo nos jovens", justifica a pesquisadora.

A identificação dos doadores "O" perigoso na rotina laboratorial é usualmente feita por meio de um método semiquantitativo denominado titulação de anticorpos, que avalia a quantidade dos anticorpos anti-A e anti-B no plasma dos doadores.

Graças ao estudo desenvolvido por Mariana Godin, que identificou grande frequência de pessoas do grupo "O" perigoso no hemocentro da capital mineira, a Fundação Hemominas decidiu implantar a titulação automatizada em sua Central de Imuno-Hematologia. Por se tratar de um trabalho experimental de pesquisa, ela recorreu à metodologia de titulação manual pela técnica em tubo para analisar 400 amostras.

"A Central de Imuno-Hematologia recebe um número muito grande de amostras por dia, o que torna inviável a técnica em tubo para todos os doadores. Por isso, é necessário implantar a metodologia automatizada para acelerar os resultados na rotina laboratorial", pondera Mariana.

A pesquisadora informa que o processo de validação da metodologia automatizada está em andamento, devendo ser adotada em 2016. "Trata-se de passo fundamental para tornar a terapia transfusional mais segura para os pacientes que se beneficiam dos hemocomponentes de doadores do grupo 'O'. Com a medida, será possível avaliar os pacientes para os quais esses componentes do sangue devem ser direcionados", conclui.

Os resultados do estudo foram apresentados em novembro, na mostra InovaMinas, da Fapemig, que financiou uma bolsa de iniciação científica. A pesquisa também recebeu apoio financeiro da Fundação Hemominas e do CNPq.

Dissertação: Grupo sanguíneo "O" perigoso: A realidade da Fundação Hemominas, Hemocentro de Belo Horizonte, Minas Gerais
Autora: Mariana Martins Godin
Orientadora: professora Luci Maria Sant'Ana Dusse
Colaboradores: Luciana Cayres Schmidt (chefe da Central de Imuno-Hematologia da Fundação Hemominas), Lauro Mello Vieira (professor da Faculdade de Farmácia) e Lucas de Oliveira Souza (bolsista de iniciação científica e graduando do curso de Biomedicina da UFMG)
Defesa: junho de 2015, no Programa de Pós-graduação em Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Farmácia da UFMG

(Luana Macieira)

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