Popularmente conhecida como mangaba ou mangabeira, a espécie brasileira Hancornia speciosa é o objeto de estudo da centésima tese de doutorado do Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF), que será defendida nesta quinta-feira, 28, às 14h, na sala 3061 B3 da Faculdade de Farmácia, campus Pampulha. A defesa é considerada marco histórico para a Unidade, no 105º ano de criação do curso de Farmácia. “Os resultados obtidos indicam que a atividade vasodilatadora de H. speciosa pode ser atribuída aos flavonoides e ao ácido clorogênico, enquanto a atividade antidiabética está associada aos compostos lipofílicos, ésteres do lupeol e da α/β-amirina”, conclui a pesquisadora. A pesquisa foi orientada pelo professor Fernão Castro Braga, do Departamento de Produtos Farmacêuticos da Faculdade de Farmácia, e coorientada por Steyner de França Côrtes, do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB). A tese é parte de estudos sobre a Hancornia speciosa, realizados há cerca de 15 anos no Laboratório de Fitoquímica, coordenado pelo professor Fernão Castro Braga, em parceria com o professor Steyner de França Côrtes. Com patente depositada, as pesquisas são atualmente objeto de negociação para transferência de tecnologia para a indústria farmacêutica, para o desenvolvimento de fármaco para hipertensão e diabetes. Tese: Padronização químico-biológica de Hancornia speciosa Gomes (mangaba): estudos de relação entre composição química e atividades anti-hipertensiva e antidiabética
A doutoranda Ana Bárbara Dias Pereira tomou como base a potencial atividade anti-hipertensiva e antidiabética da planta – descrita em pesquisas anteriores do mesmo grupo – e realizou a padronização químico-biológica de extratos de H. speciosa. No trabalho, ela investiga a relação entre os teores dos constituintes químicos de extratos da espécie e suas atividades biológicas.
O Programa
Criado em 1995, o PPGCF foi o primeiro programa de pós-graduação em Ciências Farmacêuticas de Minas Gerais, sendo o doutorado recomendado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em julho de 2002. “Com 13 anos, o doutorado do PPGCF tem uma produção intensa e formou pesquisadores e docentes que hoje atuam em diversas instituições públicas e privadas de ensino e de pesquisa do estado e do país, bem como em instituições estrangeiras”, resume o professor Fernão Castro Braga, atualmente coordenador do PPGCF.
Autora: Ana Bárbara Dias Pereira
Orientação: professores Fernão Castro Braga e Steyner de França Côrtes
Defesa: quarta-feira, 28, às 14h, na sala 3061 B3 da Faculdade de Farmácia