Fotos de Foca Lisboa |
Em encontro realizado na tarde desta sexta-feira, 29, no campus Pampulha, o reitor Jaime Ramírez e representantes diplomáticos da França se comprometeram a renovar o programa Cátedras Francesas na UFMG, que traz professores daquele país à Universidade, e a ampliar o alcance das iniciativas relacionadas à dupla diplomação. Eles abordaram também o projeto de realização de um seminário sobre mudanças climáticas no Brasil. Recém-chegado ao Brasil, o conselheiro de Cooperação e Ação Cultural, Alain Bourdon, faz sua primeira visita a Belo Horizonte. “Sei que a UFMG mantém com a França cooperação antiga, diversificada e muito dinâmica. Venho à Universidade com o intuito de reforçar laços e ampliar a mobilidade de estudantes, incentivando a reciprocidade”, disse o diplomata, que dirige o Instituto Francês do Brasil. Jaime Ramírez enfatizou o caráter estratégico das relações da UFMG com as universidades francesas. “Muitos de nossos professores passaram por formação na França, que é o país, por exemplo, com o qual temos maior número de cotutelas, com tendência de crescimento”, afirmou o reitor da UFMG. Lançado em 2014 pela UFMG e pela Embaixada, o programa Cátedras Francesas trouxe em dois anos oito professores, de áreas diversas. Jaime Ramírez e os representantes franceses concordaram em renovar o acordo, com a perspectiva de ida de docentes da UFMG para temporadas na França. Quanto à dupla diplomação – estão em vigência acordos com três universidades na graduação e uma na pós-graduação –, o reitor da UFMG lembrou aos visitantes que há uma proposta de alteração na maneira como os estudantes da UFMG cursarão a graduação. “Cursos deverão ser reunidos em grupos, com estruturas curriculares comuns nos primeiros anos, um sistema próximo ao europeu. Isso certamente vai facilitar a interação com a França, visando à dupla titulação”, disse Jaime Ramírez. O reitor ofereceu a liderança da UFMG na construção de uma rede de universidades públicas brasileiras de excelência para incrementar a mobilidade de estudantes, professores e pesquisadores entre os dois países. A ideia é que uma rede seja construída também na França com esse objetivo. Ele mencionou como modelo bem-sucedido o Grupo Montevideo, que reúne 31 universidades de seis países da América do Sul. Seminário sobre clima Cônsul honorário da França em Belo Horizonte, o joalheiro Manoel Bernardes sugeriu que se retome antigo projeto de parceria da UFMG com a École National d’Administration (ENA), e o reitor Jaime Ramírez disse considerar oportuno, uma vez que a Universidade está criando o mestrado profissional em gestão pública. Cooperação O Programa de Cátedras, lançado em 2014 pela UFMG e pela Embaixada da França no Brasil, é o primeiro programa de cátedras francesas na UFMG e pioneiro também no estado de Minas Gerais. Oito professores ou pesquisadores já foram selecionados para temporadas com duração de 45 dias e seis meses. Na área de dupla diplomação, existem quatro acordos com a França: três na graduação (com a École de Ponts ParisTech, a École Supérieur d’Ingénieurs en Électronique et Électrique e a Université Blaise Pascal) e um na pós-graduação, com a Université Paris-Est. A França é o país com o qual a UFMG tem maior número de cotutelas – são 85 convênios em vigor.
A adida cultural em Minas Gerais, Christine Masson, apresentou ao reitor o projeto de um seminário sobre mudanças climáticas, que seria realizado em meados deste ano, com duração de dois dias e ênfase em energia, uso dos solos, gestão de resíduos e economia, entre outros subtemas. Ramírez sugeriu o envolvimento, da parte da UFMG, do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Ieat).
A UFMG mantém 61 convênios com 46 instituições francesas. Entre 2012 e 2015, a Universidade enviou 331 estudantes à França e recebeu 83.
A partir da esquerda, Manoel Bernardes, cônsul honorário em Minas, Jean-Pascal Quiles, adido cultural em Brasília, o reitor Jaime Ramírez, Alain Bourdon, conselheiro cultural da Embaixada França, Fábio Alves, diretor de Relações Internacionais da UFMG, e Christine Masson, diretora do Instituto Francês do Brasil em Minas