Universidade Federal de Minas Gerais

Fotos: Foca Lisboa/UFMG
substitutivo%20osseo%20-%20foca%20lisboa.jpg
Material regenera o local onde existe a falha óssea, deixando-o preparado para receber o implante dentário

Biovidro sintetizado no Departamento de Química atua na reconstituição óssea e no tratamento de lesões na boca

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016, às 11h53

Um biovidro sintetizado no Departamento de Química da UFMG, composto de sílica, fósforo e cálcio, surge como alternativa promissora para regeneração e reconstituição de ossos humanos danificados. Em pó ou grânulos, esse material vítreo é um substituto ósseo que traz vantagens se usado em implantes dentários e também pode ser aplicado no tratamento de lesões na boca e na higiene bucal de crianças com Síndrome de Down.

"Esse produto químico favorece os processos de osteoindução e osteocondução. Ele estimula o processo de reconstituição do osso, construindo caminhos para o seu crescimento. No lugar onde o material é implantado, o organismo restaura o osso danificado", explica a professora Rosana Domingues, coordenadora da pesquisa.

O material foi idealizado para ser empregado em procedimentos usuais de implantes dentários, uma vez que o Brasil é o segundo maior mercado de odontologia do mundo. Para a realização do implante – em situações em que o paciente apresenta os ossos da boca em bom estado –, o dentista faz o enxerto e, por meio de um parafuso metálico, encaixa a coroa do dente. No entanto, 40% dos pacientes chegam aos consultórios odontológicos com falhas ósseas no local em que receberá o parafuso responsável pelo encaixe do implante. Nesses casos, há várias maneiras de recompor o pedaço do osso, e a mais comum é o enxerto autógeno, proveniente do próprio paciente.

"O dentista realiza cirurgia para retirada de um pedaço de osso de outra parte do corpo do paciente. Esse pedaço é colocado no local que precisa de preenchimento ósseo e fica ali por três ou quatro meses. Depois que o osso se regenera, a prótese é encaixada", explica Rosana Domingues.

A pesquisadora acrescenta que o método, apesar de muito usado, é ruim porque envolve duas cirurgias – a extração do fragmento do osso e a realização do enxerto. Assim, o biovidro emerge como opção mais eficiente, porque elimina um dos processos. "Como o método autógeno de implante usa dois procedimentos cirúrgicos invasivos, há maior risco de infecção. Percebemos que a melhor solução seria o uso de um produto completamente sintético, feito em laboratório. O pó que desenvolvemos é introduzido na falha óssea; depois de alguns meses, aquela região já está regenerada e pronta para receber o implante dentário. Dessa forma, não é necessário submeter o paciente à cirurgia que retira o osso para o enxerto", afirma a pesquisadora.

Temperatura ambiente
Os substitutos ósseos já são fabricados por diversas empresas espalhadas pelo mundo, mas dois aspectos inovadores diferenciam o pó desenvolvido pela equipe da pesquisadora Rosana Domingues. O primeiro é o próprio processo de produção, mais barato e rápido que os métodos atuais. "Os substitutos ósseos existentes são produzidos por aquecimento, em processos físicos cujas temperaturas alcançam 1.800°C. O nosso processo é todo feito em temperatura ambiente, de forma química, o que acelera a operação e reduz o gasto energético", compara a professora do Departamento de Química.

A segunda vantagem do método também decorre de seu processo produtivo. Como o material não é submetido a altas temperaturas, é possível combiná-lo com fármacos e outras substâncias anti-inflamatórias, liberadas gradualmente no organismo do paciente. "Conseguimos produzir o pó agregado a elementos anti-inflamatórios e de cicatrização. Além de reconstituir o osso, o substituto é capaz de tratar o local da lesão. No processo tradicional, isso não é possível porque as altas temperaturas degeneram os fármacos", diz Rosana.

A associação do substituto ósseo a fármacos possibilita outra aplicação odontológica do produto. Como as crianças com Síndrome de Down têm mais dificuldades para manter uma adequada higiene bucal, a pesquisadora prevê a utilização do pó em algumas regiões dos ossos da arcada dentária, o que ajuda na assepsia da boca. "Já fizemos testes misturando própolis e pó e com a aplicação do pó nas cavidades dentárias dessas crianças. Como a própolis é um antisséptico natural, os testes em células foram positivos, e o substituto ósseo com a substância apresentou resultados promissores", diz a professora.

A combinação do material com fármacos, trabalho que envolve alunos de graduação e pós-graduação, deve ser submetida à aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pois precisa se ajustar às especificações da agência reguladora. "Também buscamos financiadores para a construção de um laboratório de fabricação do material. Vários testes demonstram que não há efeito colateral do substituto ósseo para o organismo dos pacientes. Nossa meta é comercializar o produto em até um ano e meio", projeta Rosana Domingues.

Os resultados da pesquisa, desenvolvida desde 2002, foram apresentados em 2015 na mostra Minas Inova Fapemig, que reuniu projetos financiados pela instituição.

rosana%20domingues%20-%20foca%20lisboa.jpg
Rosana Domingues: processo mais barato, rápido e com menor gasto energético


(Luana Macieira/Boletim 1927)

05/set, 13h24 - Coral da OAP se apresenta no Conservatório, nesta quarta

05/set, 13h12 - Grupo de 'drag queens' evoca universo LGBT em show amanhã, na Praça de Serviços

05/set, 12h48 - 'Domingo no campus': décima edição em galeria de fotos

05/set, 9h24 - Faculdade de Medicina promove semana de prevenção ao suicídio

05/set, 9h18 - Pesquisador francês fará conferência sobre processos criativos na próxima semana

05/set, 9h01 - Encontro reunirá pesquisadores da memória e da história da UFMG

05/set, 8h17 - Sessões do CineCentro em setembro têm musical, comédia e ficção científica

05/set, 8h10 - Concerto 'Jovens e apaixonados' reúne obras de Mozart nesta noite, no Conservatório

04/set, 11h40 - Adriana Bogliolo toma posse como vice-diretora da Ciência da Informação

04/set, 8h45 - Nova edição do Boletim é dedicada aos 90 anos da UFMG

04/set, 8h34 - Pesquisador francês aborda diagnóstico de pressão intracraniana por meio de teste audiológico em palestra na Medicina

04/set, 8h30 - Acesso à justiça e direito infantojuvenil reúnem especialistas na UFMG neste mês

04/set, 7h18 - No mês de seu aniversário, Rádio UFMG Educativa tem programação especial

04/set, 7h11 - UFMG seleciona candidatos para cursos semipresenciais em gestão pública

04/set, 7h04 - Ensino e inclusão de pessoas com deficiência no meio educacional serão discutidos em congresso

Classificar por categorias (30 textos mais recentes de cada):
Artigos
Calouradas
Conferência das Humanidades
Destaques
Domingo no Campus
Eleições Reitoria
Encontro da AULP
Entrevistas
Eschwege 50 anos
Estudante
Eventos
Festival de Inverno
Festival de Verão
Gripe Suína
Jornada Africana
Libras
Matrícula
Mostra das Profissões
Mostra das Profissões 2009
Mostra das Profissões e UFMG Jovem
Mostra Virtual das Profissões
Notas à Comunidade
Notícias
O dia no Campus
Participa UFMG
Pesquisa
Pesquisa e Inovação
Residência Artística Internacional
Reuni
Reunião da SBPC
Semana de Saúde Mental
Semana do Conhecimento
Semana do Servidor
Seminário de Diamantina
Sisu
Sisu e Vestibular
Sisu e Vestibular 2016
UFMG 85 Anos
UFMG 90 anos
UFMG, meu lugar
Vestibular
Volta às aulas

Arquivos mensais:
outubro de 2017 (1)
setembro de 2017 (33)
agosto de 2017 (206)
julho de 2017 (127)
junho de 2017 (171)
maio de 2017 (192)
abril de 2017 (133)
março de 2017 (205)
fevereiro de 2017 (142)
janeiro de 2017 (109)
dezembro de 2016 (108)
novembro de 2016 (141)
outubro de 2016 (229)
setembro de 2016 (219)
agosto de 2016 (188)
julho de 2016 (176)
junho de 2016 (213)
maio de 2016 (208)
abril de 2016 (177)
março de 2016 (236)
fevereiro de 2016 (138)
janeiro de 2016 (131)
dezembro de 2015 (148)
novembro de 2015 (214)
outubro de 2015 (256)
setembro de 2015 (195)
agosto de 2015 (209)
julho de 2015 (184)
junho de 2015 (225)
maio de 2015 (248)
abril de 2015 (215)
março de 2015 (224)
fevereiro de 2015 (170)

Expediente