Estatuto da Família: a quem interessa? Essa é a questão que será posta em debate neste sábado, 20, pelo programa Café Controverso, do Espaço do Conhecimento UFMG. O evento, que começa às 11h, na cafeteria do museu, reunirá a professora Regina Helena Alves da Silva, do Departamento de História da Fafich, e a escritora e especialista em Estudos de Gênero, Ana Luiza Libânio. A entrada é franca. As convidadas vão discutir os desdobramentos do Projeto de Lei 6.583/2013, em tramitação na Câmara dos Deputados, que cria o Estatuto da Família. “Existem formas de controle sobre a vida social e privada, mas nossas escolhas se tornam realmente ‘um problema’, quando tentamos alcançar a vida pública. Se eu decidisse engravidar, mas permanecesse escondida, não teríamos problemas, não nos incomodariam. A questão seria tornar isso público e exigir nossos direitos como família", pondera Regina Helena. A escritora Ana Luiza Libânio começou a se aprofundar na área de estudos de gênero quando, em seu mestrado na Universidade de Ohio, analisou o corpo e a representação feminina na literatura produzida no período da ditadura. Para ela, “as pessoas crescem acreditando que uma família é constituída por um homem, uma mulher e uma criança. Isso remonta a questões antigas, e, desde então, a sociedade vem sendo construída por esse padrão heteronormativo. Na verdade, quando pensamos hoje em família, é preciso olhar para algo mais amplo. Família não é o sexo para reprodução; é um conjunto de pessoas que convivem e se cuidam”. O Espaço do Conhecimento UFMG está localizado na Praça da Liberdade. (Assessoria de Comunicação do Espaço do Conhecimento UFMG)
Regina Helena iniciou o processo de adoção de seus filhos em 2011. Na época, ela e sua companheira foram o primeiro casal homossexual de Minas Gerais a entrar com o pedido na Justiça. Para a professora, a variedade de formações familiares só ganhou visibilidade quando grupos homossexuais procuraram garantir juridicamente direitos iguais para todos.