Primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento de grafeno e nanotubos de carbono do Brasil, o Centro de Tecnologia em Nanotubos de Carbono da UFMG (CTNanotubos) ganhará, no próximo mês, um novo forno de CVD (Chemical Vapor Deposition), equipamento que ampliará sua capacidade de produção de grafeno em dez vezes. O forno de CVD propicia o "crescimento" de grafeno (com a formação de uma película/filme) em camadas de metal, sendo alimentado por um gás com carbono, como o metano. A professora Glaura Goulart Silva, coordenadora executiva do CTNanotubos, explica que o grafeno obtido por meio do forno de CVD é aplicado em sensores (de gases tóxicos, de pressão e de temperatura) e em displays (smartphones, TVs, computadores). Segundo ela, o novo forno possibilitará a produção de grafeno com melhor qualidade estrutural. "O CTNanotubos já possui forno CVD que sintetiza nanotubos de carbono em escala piloto. A escala de produção do grafeno, que atualmente é de pesquisa, passará a ser pré-industrial”, acrescenta. O o equipamento foi adquirido com recursos de R$ 800 mil provenientes de edital lançado em 2013 pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para parques tecnológicos. “Neste projeto Finep, a presidência do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTec) direcionou recursos para pesquisas do CTNanotubos e do CTVacinas”, destaca Glaura Goulart. Sua concepção teve início em 2009, como desdobramento de projetos realizados pela UFMG e Petrobras. Em maio de 2013, a operação foi iniciada em espaço de 454 metros quadrados, cedido pelo BH-TEC, com financiamento da Petrobras no valor de R$ 3 milhões. A futura sede do CTNanotubos, que também será erguida no BH-TEC, terá cerca de três mil metros de área construída, galpão de produção de cimento nanoestruturado e quatro pavimentos de área técnica. O Centro conta atualmente com 64 colaboradores, entre celetistas, pós-doutorandos e estudantes em todos os níveis. Mais de 200 pesquisadores já foram formados pelo Centro, com apresentação de cerca de 170 trabalhos sobre nanotubos e grafeno. Em sete frentes – síntese de nanomateriais, materiais poliméricos, materiais cimentícios, saúde, segurança e meio ambiente, caracterização e metrologia e projetos sob demanda –, o Centro desenvolve estudos focalizados na incorporação de nanotubos de carbono e grafeno em materiais tradicionais, visando aprimorar suas propriedades físico-químicas, como resistência térmica e mecânica, condutividade térmica e elétrica. As atividades do CTNanotubos (pesquisa, desenvolvimento e inovação) tem aplicações em áreas como energia convencional e alternativa, aeroespacial, agronegócio, construção civil, indústria química, metal-mecânica, meio ambiente e esporte. Ouça reportagem da Rádio UFMG Educativa sobre a ampliação das atividades do CTNanotubos. Leia mais em reportagens publicadas no Boletim (Com Assessoria de Imprensa da UFMG)
O Centro
O CTNanotubos nasceu de projeto da UFMG, com apoio do BH-TEC e do Governo de Minas Gerais, e foi aprovado pelo Fundo Tecnológico (Funtec) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com parceria da Petrobrás e da empresa InterCement, reúne grupos de pesquisa liderados por dez docentes da universidade.