A recuperação da bacia hidrográfica do Rio Doce e de ecossistemas associados é objeto de chamada pública lançada no último dia 19, em parceria entre agências de fomento. Ao todo, serão investidos mais de R$11 milhões em projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, de caráter interdisciplinar, desenvolvidos em rede. A intenção da chamada Apoio a Redes de Pesquisa para Recuperação da Bacia do Rio Doce é apoiar a formação de recursos humanos em nível de pós-graduação stricto sensu e a geração de conhecimento, tecnologias e processos afins, em diferentes instituições públicas ou privadas sem fins lucrativos. A UFMG vai apresentar ao edital propostas institucionais e em rede. Segundo a pró-reitora adjunta de extensão, Cláudia Mayorga, “a Universidade se adiantou em sua mobilização e no trabalho em rede, pois desde o fim do ano passado desenvolve trabalho de colaboração com as universidades federais de Ouro Preto (Ufop) e do Espírito Santo (Ufes), para desenhar o projeto Observatório Interinstitucional da Tragédia Mariana - Rio Doce". Cláudia Mayorga destaca também a iniciativa Participa UFMG, que articula grupos de extensão e pesquisa da Universidade, envolvidos com mapeamento, diagnóstico e soluções para os danos nas áreas atingidas pelo rompimento das barragens e sua possível reconstrução. “Atualmente contamos com 53 grupos cadastrados da UFMG que já vêm se articulando com grupos de outras universidades", contabiliza. Linhas temáticas O edital é fruto de parceria entre as fundações de amparo à pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e do Espírito Santo (Fapes), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Agência Nacional de Águas (ANA). Essa é a segunda chamada que a Fapemig lança para a recuperação da Bacia do Rio Doce após o desastre ocorrido na barragem de Bento Rodrigues (MG), em novembro de 2015. A primeira, Tecnologias para a Recuperação da Bacia do Rio Doce, lançada em janeiro deste ano, está em fase de avaliação. As propostas aprovadas serão financiadas com recursos no valor global estimado de R$ 11,2 milhões (R $ 4 milhões oriundos da Fapemig, R$ 4 milhões da Capes, R$ 2 milhões da Fapes, R$ 1 milhão do CNPq e R$ 250 mil da ANA). A duração máxima dos projetos é de 48 meses, a contar da data de contratação da proposta. Os recursos de custeio serão liberados em até quatro parcelas, de acordo com a disponibilidade orçamentária e financeira das Agências. Instruções para apresentação de projetos estão disponíveis na internet. (Com assessorias da Pró-reitoria de Extensão e da Fapemig)
As propostas relacionadas a essa chamada devem ser submetidas até o dia 20 de junho, em 11 linhas temáticas prioritárias: estudos socioeconômicos, uso do solo, qualidade de vida, áreas degradadas, qualidade da água, biota, mata atlântica, ecossistemas de estuário, redução de resíduos, saneamento básico e governança.