Cerca de 200 integrantes da comunidade universitária, entre professores, servidores técnico-administrativos e estudantes, se reuniram na manhã de hoje (quarta, 27), na escadaria ao lado do prédio da Reitoria, no campus Pampulha, para manifestar posição em defesa da democracia e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Manifestantes também defenderam discussão do tema nas salas de aula, posicionamento do Conselho Universitário da UFMG e intensificação de ações de mobilização contra o impeachment.
O evento foi convocado pelo Sindicato dos Servidores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes), pela Associação dos Professores das Universidades de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (Apubh) e por movimento criado no último dia 18 por estudantes de diversas unidades acadêmicas da UFMG.
O presidente da Apubh, José de Siqueira, afirmou que o processo de impeachment representa “ameaça ao Estado de Direito e retrocesso no que se refere aos direitos sociais”. “É preciso esclarecer que somos todos contra a corrupção, o que não pode significar a derrubada de um governo democraticamente eleito”, disse.
A diretora do Sindifes Neide Dantas destacou a posição de juristas, dentro e fora do Brasil, sobre a falta de fundamentação legal do pedido de impeachment e que não se trata de defesa de governo. “Temos feito críticas ao governo Dilma, mas somos contra esse processo, que se configura como golpe de Estado”, enfatizou.
Clarice Linhales, aluna do curso de Antropologia, informou que o movimento dos estudantes da Universidade pretende “responder à votação absurda no Congresso Nacional [que decidiu pela admissibilidade do processo de impedimento da presidente da República] e afirmar a necessidade de defender direitos dos diversos segmentos da sociedade”. A estudante ocupou a mesa da plenária ao lado de Neide Dantas, de José de Siqueira, de Dalmir Francisco, diretor da Apubh e de André Lasmar, aluno da Faculdade de Ciências Econômicas (Face).
Os integrantes da mesa e participantes que se revezaram no microfone durante quase duas horas fizeram sugestões como redação de nota à comunidade universitária, criação de comunidade virtual para abrigar depoimentos em vídeo contra o impeachment e mobilização permanente, antes e depois da decisão do Senado.