Universidade Federal de Minas Gerais

Roberto Staino
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Praça da Estação: "livro aberto" para compreender a história de Belo Horizonte

Em livro, professor da Escola de Arquitetura transforma a Praça da Estação em narradora privilegiada de sua própria história

quinta-feira, 28 de abril de 2016, às 6h15

O professor Flávio Lemos Carsalade, do Departamento de Projetos da Escola de Arquitetura, acaba de lançar Estação em movimento: a história da Praça da Estação em Belo Horizonte, livro editado e publicado pelo Instituto João Ayres. O volume foi concebido sob dupla perspectiva intelectual – literária e arquitetônica-urbanística.

De um lado, Carsalade – arquiteto e urbanista, mestre em arquitetura e doutor em patrimônio cultural – vale-se de sua formação acadêmica para subsidiar cientificamente a narrativa. De outro, o autor mobiliza a sua verve literária para dar voz aos próprios edifícios, viadutos, monumentos e esculturas que compõem o conjunto arquitetônico da Praça da Estação, permitindo que eles mesmos narrem as suas histórias.

A estátua Verão, por exemplo, que hoje está localizada nos jardins do Palácio da Liberdade, em certo momento comenta: "Hoje, sinto saudades do tempo em que habitava a Estação." Ao que responde a estátua Inverno, relegada ao interior do Museu de Artes e Ofícios: "Melhor sua sina que a minha. Daqui onde estou vejo muita gente, mas não estou ao ar livre, no meio da praça, solto às viragens do tempo, como é de meu gosto."

Ao situar o livro nesse duplo lugar, científico e literário, Carsalade faz do volume uma ficção, de interesse amplo, mas também uma obra de referência, fonte de consulta para pesquisadores de áreas como arquitetura, urbanismo, geografia e história. Com o recurso, o autor narra, de forma subjetiva, as consequências do desenvolvimento positivista vivido pela cidade desde a sua fundação, em dezembro de 1897.

Não é a primeira vez que Flávio Carsalade se propõe a usar a ficção como suporte para a teoria. Ele é autor do volume Pampulha, da coleção BH. A cidade de cada um, série sobre bairros e outros marcos identitários da capital mineira. O livro foi lançado em 2007. Nele, é a própria cidade de Belo Horizonte, em primeira pessoa, que conta a história da Pampulha.

No posfácio da nova obra, com formato paisagem e fartamente ilustrada por fotografias, antigas e atuais, Carsalade sugere o largo da Praça da Estação como uma espécie de "livro aberto" para a compreensão da história de Belo Horizonte. "A Praça é a melhor síntese do que seja um espaço público urbano", afirma o professor. "É um ponto para o qual Belo Horizonte inteira converge, com apropriações diversas, presença de vários segmentos sociais e lutas urbanas entre as mais diferentes tribos. É onde a cidade acontece", diz.

O professor também destaca a relevância arquitetônica do conjunto da Praça. "Ali encontramos manifestações arquitetônicas distintas, todas muito importantes para a história da arquitetura brasileira. É significativo o fato de, em um mesmo conjunto, termos prédios das primeiras décadas da cidade e, ao mesmo tempo, edifícios modernos e de diferentes épocas do último século."

Coração da cidade
Flávio Carsalade, que também é diretor da Editora UFMG, destaca a importância de a Universidade manter seu Centro Cultural naquele conjunto arquitetônico. "Uma das principais funções da Universidade é contribuir para a difusão do conhecimento nela produzido, de forma a estimular o crescimento e a capacitação da sociedade. Nesse sentido, é estratégico que o Centro Cultural UFMG esteja situado exatamente em um ponto de convergência da cidade, de efervescência cultural e política."

O professor elege o logradouro, em cujas imediações está erguido o prédio da antiga Escola de Engenharia da UFMG, como o coração da capital mineira. "Se pensarmos que o coração é o órgão que exerce a função de bombear energia para o corpo, o coração de Belo Horizonte é a Praça da Estação", diz. "É o local onde as pessoas reconhecem a identidade da sua cidade."

Além de sua atuação docente, Flávio Carsalade foi presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e secretário municipal de Administração Urbana (Regional Pampulha). Ele frisa que, ao contrário do que se possa pensar, essa vocação política e cultural da Praça da Estação não é uma característica exatamente nova. Mesmo quando ocupada por um estacionamento a céu aberto, nos anos 1970 e 1980, o espaço era mobilizado para eventos e abrigava a agitação cultural e política.

"Em qualquer tempo, a Praça sempre foi o ‘lugar onde as coisas acontecem’. As requalificações realizadas no local possibilitaram que essa vocação pudesse ser exercida mais intensamente nas últimas décadas", conclui o autor.

Livro: Estação em movimento: a história da Praça da Estação em Belo Horizonte
Autor: Flávio Lemos Carsalade
Edição: Instituto João Ayres
Vendas: Livraria Ouvidor (Rua Fernandes Tourinho, 253, Savassi)
176 páginas/ R$ 98 (preço de capa)

(Ewerton Martins Ribeiro/Boletim 1937)

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