Universidade Federal de Minas Gerais

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Estudo da UFMG sobre felicidade marital é inédito no Brasil

Tese do Cedeplar sobre felicidade conjugal revela que os ‘iguais se atraem’

terça-feira, 10 de maio de 2016, às 6h30

Com origem na Física e no estudo dos polos magnéticos, a noção de que “os opostos se atraem” tornou-se popular também para tipificar as relações conjugais. No entanto, uma pesquisa realizada no âmbito do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da Face constatou que, em se tratando da vida matrimonial, a associação a ser feita é exatamente oposta: características semelhantes de um homem e de uma mulher são determinantes para o sucesso da união entre eles.

“Casais com valores similares apresentam mais chances de ser felizes na vida em comum, pois as equivalências reduzem o potencial de conflitos”, afirma a pesquisadora Luísa Pimenta Terra, autora da tese de doutorado Homogamia de valores e felicidade marital no Brasil, defendida em fevereiro deste ano no Programa de Pós-graduação em Demografia da UFMG.

“As variáveis que utilizo em minha tese dizem respeito a atitudes relacionadas com a religião e o sexo, além de padrões morais e opiniões políticas. Também analisei características como idade, raça/cor, escolaridade, tipo de união (formal ou consensual) e presença de filhos”, descreve Luísa Pimenta.

O trabalho teve os objetivos de aprofundar o conceito de homogamia de valores e descortinar os principais determinantes da felicidade marital no Brasil. “Os resultados mostraram que são mais felizes os mais velhos, os homens, os religiosos, os menos escolarizados e os oficialmente casados”.

Esses resultados se justificam com base em algumas premissas da literatura sobre o tema. Uma delas sugere que os efeitos de proteção, saúde física e mental proporcionados pelo matrimônio é maior entre os homens. A associação positiva entre felicidade marital e idade se deve à provável redução de conflitos, já que os mais velhos tendem a ser mais maduros e menos impulsivos.

Os dados utilizados por Luísa Pimenta foram extraídos da pesquisa World Values Survey (WVS), desenvolvida desde 1981 por uma rede de cientistas sociais de algumas das principais universidades do mundo. O levantamento mensura, entre outros fatores, as mudanças nos valores relacionados a religião, questões de gênero, democracia, participação política e tolerância. Dados sobre a felicidade marital foram apurados no Brasil em rodada de questionários realizada em 1991, com 1.782 indivíduos.

Moral e política
A pesquisa apurou que, entre as pessoas legalmente casadas, prevalece o compartilhamento de atitudes sociais, padrões morais e opiniões políticas. “Possivelmente, as pessoas que valorizam a instituição do casamento formal são influenciados por resquícios de padrões morais tradicionais. Podemos pensar também que as pessoas que optam pela união informal são mais tolerantes às divergências morais”, observa Luisa Pimenta.

Para a autora, as transformações políticas ocorridas na história recente do país podem ter contribuído para a atitude dos indivíduos no casamento. “Gerações que vivenciaram momentos de grande mudança política, principalmente após um período de repressão, tenderiam a compartilhar mais intensamente os valores e as atitudes políticas do que gerações que experimentaram períodos de democracia”, observa.

Mercado de casamentos
“A teoria nos diz que a manutenção de tradições familiares e de recursos financeiros e culturais é uma das funções do casamento. Talvez por isso os indivíduos tendem a procurar pessoas semelhantes para se unirem”, explica Luísa Pimenta.

Variáveis como educação, renda, altura, raça e inteligência influenciam na escolha do parceiro, além da opinião dos familiares e amigos. “Ao controlar algumas características do candidato a cônjuge, as novas famílias tentam manter seu status”, defende a autora.

A pesquisadora reconhece que os resultados do seu estudo apresentam algumas limitações, como a própria indisponibilidade de dados mais recentes (a amostra que serviu de base para seu estudo data de 25 anos atrás), a ausência de informações sobre os cônjuges dos entrevistados, o tamanho da amostra e a inviabilidade de generalizá-la para a população brasileira – a proporção de brasileiros negros, religiosos e menos escolarizados revelada nos dados censitários de 1991 não foi usada como parâmetro na escolha dos entrevistados.

No entanto, ao destacar que seu trabalho é o primeiro levantamento sobre determinantes da felicidade marital no Brasil, Luisa Pimenta Terra afirma que conhecer as variáveis de bem-estar nos relacionamentos conjugais é importante para o plano demográfico da família. “A felicidade marital tem implicações que extrapolam o bem-estar do casal. Estudos sugerem, por exemplo, que relacionamentos ruins têm efeitos negativos na saúde física e mental do casal, com implicações, inclusive, na produtividade no trabalho”, argumenta a autora.

Tese: Homogamia de valores e felicidade marital no Brasil
Autora: Luisa Pimenta Terra
Data da defesa: 02/02/2016
Orientação: Gilvan Ramalho Guedes e Maria Carolina Tomás

(Matheus Espíndola)

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