A adesão espontânea e a construção de projetos específicos para cada escola, por meio do diálogo entre as partes, são premissas do Programa de Integração do Ensino Básico com o Ensino Superior (Piebes), elaborado pela UFMG e apresentado na manhã desta sexta-feira, 13, a diretores da rede pública estadual. A proposta prevê articulação orgânica dos estágios das licenciaturas com as atividades das escolas envolvidas; ações de extensão da Universidade centradas nas escolas, com apoio a programa de aperfeiçoamento; formação continuada para docentes; pesquisas conjuntas entre a UFMG e as escolas para o avanço do conhecimento na área da educação e a melhoria do ensino. Em reunião no campus Pampulha, o pró-reitor de Graduação, Ricardo Takahashi, e a pró-reitora adjunta de Extensão, Cláudia Mayorga, apresentaram detalhes da proposta e informaram que cada escola deve manifestar interesse em participar do programa, por meio do preenchimento de formulário on-line. “A Universidade os convida a serem parceiros”, enfatizou Takahashi. Segundo ele, a intenção é alcançar “envolvimento intelectual e afetivo com a cultura, os desafios e os compromissos que caracterizam a docência”. Ao lembrar que o país tem o desafio, para os próximos anos, de melhoria da educação básica, Takahashi afirmou que as universidades podem cumprir importante papel, e que a UFMG quer articular melhor sua colaboração com a rede pública, com a perspectiva de produzir ações que façam a diferença. Diálogo A pró-reitora adjunta de Extensão citou ainda os princípios da dialogicidade, que supõe o respeito à diversidade de vozes e de posições; da formação do estudante; da transformação social; da formação continuada de professores; da divulgação científica. Sobre o diálogo com a educação básica, Cláudia Mayorga comentou que “ele é extremamente frutífero e pode ter resultados e impactos muito fortes, como a dimensão da transformação social, ao fortalecer a perspectiva de uma escola pública de qualidade, inclusive colocando a Universidade no horizonte desses estudantes”. Segundo Gláucia Aparecida Vieira, coordenadora de políticas de formação dos profissionais em educação da Secretaria de Educação de Minas Gerais, o termo de cooperação técnica criado no âmbito das discussões sobre o Piebes “pretende acolher todas as possíveis parcerias entre os grupos da UFMG e as escolas”. “Consideramos importante não só a perspectiva de reorganização dos estágios, mas também outras possibilidades, como os projetos de extensão universitária, a formação continuada dos professores e também a formação dos novos docentes, que no futuro vão integrar a rede de educação, para que eles já tenham esse conhecimento da realidade da educação básica”, afirmou Gláucia Aparecida Vieira. “A presença de estagiários da UFMG é um anseio da escola, para fortalecer projetos, capacitar professores e trazer apoio para a gestão. Ao mesmo tempo, essa parceria vai mostrar ao estudante universitário a realidade para a qual ele precisa se capacitar.” “Acredito que há nesse programa a possibilidade de grande avanço para os dois lados. Para a escola, que necessita de atualizações acadêmicas, e para a Universidade, que precisa de uma aproximação com a escola e seus diversos problemas.”
Cláudia Mayorga comentou que este momento, que oficializa o início do Piebes, é fruto de uma série de diálogos com a Secretaria de Educação de Minas Gerais, iniciados em 2014. Ao explicar que a proposta é pautada pela indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, a professora pontuou os princípios que orientam a extensão universitária e que também estão na base do Piebes, como a interdisciplinaridade. “É fundamental transpor barreiras disciplinares também nas escolas”, ressaltou.
Fernanda Pontes, supervisora da Escola Estadual Dr. Reinaldo Martins Marques, na Cidade dos Meninos, em Ribeirão das Neves
Ewerton Cândido Lourenço, professor da Escola Estadual Amélia Josefina Kessen, Belo Horizonte