Evento será aberto amanhã com conferência de especialista norte-americana em ecologia política

A UFMG sedia de amanhã, 4, até sexta, 7, no auditório da Faculdade de Ciências Econômicas (Face), a Conferência internacional sul-americana: territorialidades e humanidades, evento que integra as comemorações dos 90 anos da Universidade e constitui atividade preparatória da Conferência mundial das Humanidades, que será realizada em Liège, Bélgica, em 2017.

A professora Susanna Hecht , da Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla), fará a conferência de abertura, a partir das 9h30, no auditório da Faculdade de Ciências Econômicas (Face), no campus Pampulha. Ph.D. em Geografia, Hecht realiza pesquisas no âmbito da ecologia política, com foco na América Latina, em especial, na Amazônia.

Informações sobre a programação estão disponíveis no site do evento.

A UFMG foi escolhida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) – por meio de seu Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas (CIPSH) – para sediar a prévia sul-americana da conferência global.

Diante dos problemas contemporâneos, o objetivo dos eventos é refundar o campo das ciências humanas, aprofundando sua dimensão transdisciplinar, de forma a retomar o seu papel de protagonista na busca por soluções para os problemas da sociedade contemporânea.

“A reflexão sobre o lugar que as humanidades devem ocupar no cenário científico contemporâneo é muito importante não apenas no contexto global, mas também para nós, brasileiros, em nosso contexto doméstico”, defende Sandra Goulart Almeida, presidente do Comitê Científico do evento. “Recentemente, por exemplo, vimos as humanidades serem excluídas do programa Ciência sem Fronteiras, algo que questionamos muito. Então, essa questão diz respeito diretamente ao Brasil dos últimos anos.”

Luiz Carlos Villalta, professor do Departamento de História da Fafich e presidente do Conselho Consultivo do evento, concorda: “Os desafios que o contemporâneo nos impõe – que são políticos, econômicos, sociais, culturais, ecológicos, religiosos e demográficos – exigem que ofereçamos à sociedade um retorno das reflexões produzidas no campo das humanidades”.

Eixos temáticos
Com foco na promoção desse debate, a programação da conferência sul-americana foi estruturada em dez eixos temáticos, que orientam tanto as dez mesas-redondas que atravessam os quatro dias de programação quanto as 35 comunicações coordenadas que serão realizadas na quinta-feira, dia 6 – além das mais de cem apresentações de pôsteres já confirmadas para o mesmo dia.

Participam das atividades professores e pesquisadores de instituições de ponta de países como Argentina, Bolívia, Colômbia, Estados Unidos, Peru, Portugal e Uruguai, além de pesquisadores que atuam na UFMG e em outras universidades do Brasil – e também personalidades de fora do âmbito acadêmico, mas atuantes no campo pragmático das ciências humanas. Da concepção à realização, o evento conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).

O encerramento será realizado por John Crowley, da Unesco, em palestra coordenada por Luiz Oosterbeek, secretário-geral do Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas (CIPSH) da Unesco e membro da equipe de coordenação do Ano Internacional do Entendimento Global. Em suas pesquisas, John Crowley – que é líder de equipe da Unesco para a temática “mudança ambiental global” – interessa-se especialmente pela temática da imigração, das relações raciais e das mobilizações das minorias.