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O Parque Aquático do Centro de Treinamento Esportivo (CTE), construído por parceria da UFMG com o governo de Minas Gerais, é um dos projetos contemplados pela 18ª Premiação de Arquitetura IAB-MG 2016, promovida pela seção mineira do Instituto dos Arquitetos do Brasil. O equipamento, fruto de trabalho coordenado pelo professor José Eduardo Ferolla, da Escola de Arquitetura, está em pleno funcionamento e foi aprovado com louvor pela equipe olímpica do Reino Unido, que utilizou o parque neste ano. O IAB-MG escolheu também, na categoria que inclui trabalhos teóricos, ensaios e textos não publicados, a tese de doutorado Paisagens urbanas possíveis: códigos compartilhados através dos sistemas de suporte ao planejamento e do geodesign, da arquiteta e professora Camila Marques Zyngier, defendida neste ano na Escola de Arquitetura da UFMG. E o livro Estação em movimento: a história da Praça da Estação em Belo Horizonte, do professor Flávio de Lemos Carsalade, obteve menção honrosa. A solenidade de premiação será realizada nesta terça, 6, às 19h, na Biblioteca Pública Luiz de Bessa (Praça de Liberdade, 21, Funcionários), em Belo Horizonte. ‘Espacialidade diferenciada’ O diretor do CTE, professor Luciano Prado, lembra também que a estrutura possibilita que as propriedades químicas da água sejam mantidas por mais tempo e que os atletas e treinadores estejam protegidos contra chuva e raios solares, o que é muito importante quando se trata de treinamento de alto nível. “O tratamento e o aquecimento da água são feitos com equipamentos de última geração. Usuários do parque aquático contam também, no mesmo ambiente, com estrutura e atendimento de medicina, fisioterapia, nutrição e psicologia”, acrescenta Prado. O pavilhão aquático abriga a única piscina olímpica coberta do estado de Minas Gerais e pode abrigar competições de alto nível, já que é homologado pelas federações internacionais de esportes aquáticos. O tanque tem 75m x 25m e pode ser usado simultaneamente para diferentes atividades e esportes, como nado sincronizado e polo aquático, além da natação, graças a uma borda móvel adquirida nos Estados Unidos. “O projeto e a construção contaram com assessoria fundamental de especialistas da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), da Escola de Engenharia e da Escola de Arquitetura da UFMG”, destaca José Eduardo Ferolla. O parque é utilizado atualmente por atletas de natação e nado sincronizado vinculados a projeto de desenvolvimento de esporte de alto rendimento patrocinado pelo Ministério do Esporte, equipes paralímpicas e atletas de seis clubes parceiros de Belo Horizonte. Paisagens urbanas Patrimônio em livro
A justificativa do comitê julgador para a escolha do parque aquático destaca a “espacialidade diferenciada” criada pela estrutura metálica da cobertura do pavilhão. Localizada na fachada oeste (lado da Rua Alfredo Camarate) do CTE, a cobertura chama a atenção na paisagem e inspirou a logomarca do Centro. “A cobertura gera microclima adequado no interior do parque e favorece o isolamento termocústico”, destaca José Eduardo Ferolla.
Defendida no segundo semestre deste ano, a tese de Camila Zyngier investiga como a possibilidade de os arquitetos visualizarem mecanismos, ferramentas e processos do planejamento urbano viabiliza a participação nesse planejamento. O trabalho conclui que é grande a dificuldade de participação, nas escalas urbana e arquitetônica e na interface das duas. A pesquisadora, então, propõe ferramentas – ligadas sobretudo à geotecnologia – e roteiros para decodificação e compartilhamento de códigos necessários ao entendimento dos processos. Camila foi orientada pela professora Ana Clara Moura.
O livro Estação em movimento: a história da Praça da Estação em Belo Horizonte, do professor Flávio Lemos Carsalade, da Escola de Arquitetura, editado pelo Instituto João Ayres, recebeu menção honrosa na premiação do IAB. Carsalade, que é arquiteto e urbanista, doutor em patrimônio cultural, alia a narrativa científica a sua verve literária, que dá voz aos edifícios, viadutos, monumentos e esculturas que compõem o conjunto arquitetônico da Praça da Estação, possibilitando que eles mesmos contem as suas histórias. Leia mais, em reportagem do Boletim UFMG.