Universidade Federal de Minas Gerais

Fotos: Foca Lisboa/UFMG
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Professor da Face abordou surgimento do ensino, da pesquisa e da extensão

Em aula magna, João Antonio de Paula apresenta panorama histórico das universidades no mundo e da UFMG

quinta-feira, 9 de março de 2017, às 11h08

Em aula magna ministrada na noite de ontem no campus Pampulha, o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, João Antonio de Paula, falou sobre a origem das universidades e de como a história das instituições de ensino está diretamente ligada à evolução da sociedade. Com o tema A importância da universidade pública para o desenvolvimento social e a democracia, a aula fez parte da programação de recepção aos calouros do primeiro semestre de 2017.

O professor contou que as primeiras universidades surgiram no século 12, com o intuito de quebrar o monopólio da educação exercido pelo Estado e pela Igreja. Ele destacou que a primeira universidade, a de Bolonha, na Itália, foi criada por estudantes, que desejavam disseminar o conhecimento. Posteriormente, na França, foi erguido o primeiro pilar das atividades que hoje integram as universidades: o ensino.

“Foi na universidade de Paris, no século 13, que apareceu a ideia de que o pensamento deveria ser livre, que a universidade não deveria apenas reproduzir os ideais filosóficos antigos. Isso se deu quando o pensamento aristotélico chegou à Europa e foi implementado pela Universidade de Paris, que também foi responsável pela ideia do ensino público e laico”, afirmou.

O professor explicou que a pesquisa surgiu na Universidade de Berlim, na Alemanha – os professores dessa instituição perceberam que as universidades deveriam fazer mais do que ensinar. “Berlim criou o conceito de universidade como centro de pesquisa, entendendo que as instituições de ensino deveriam inventar, criar novas coisas, investigar. Surgia, então, o pilar da pesquisa”, disse.

O terceiro pilar universitário foi a extensão. João Antonio contou que, no final do século 19, as universidades de Cambridge e Oxford, na Inglaterra, viram a necessidade de levar o conhecimento para além dos muros da universidade, posicionando as instituições de ensino como sujeitos de transformação social. “As instituições inglesas começaram a oferecer cursos para o proletariado, mas não eram simples cursos técnicos de formação. Eram cursos de filosofia, sociologia e outros temas que ajudavam na formação do pensamento crítico desses profissionais”, contou.


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Antes da aula do professor João Antonio de Paula, o reitor Jaime Ramírez [foto] deu as boas-vindas aos calouros, lembrando a importância da renovação de ideias nas instituições de ensino superior. Ele destacou que os novos alunos devem se sentir orgulhosos por ingressarem na UFMG, que é de qualidade e é pública. “A UFMG se renova com a chegada de cada nova geração de estudantes. A nossa missão é que vocês, ao saírem daqui, transformem a sociedade. Vocês são o futuro.”

Participação histórica
João Antonio de Paula, que convive há 45 anos na UFMG – foi também aluno da instituição –, não disfarçou o orgulho do modo como a trajetória da Universidade está intimamente ligada à história social, cultural e política do país e de Belo Horizonte. Ele destacou que, embora a instituição comemore 90 anos de existência, a semente que daria origem à UFMG foi plantada antes, ainda na época da Inconfidência Mineira.

“Podemos dizer que a primeira unidade acadêmica da UFMG foi a Escola de Direito de Ouro Preto, que tem bem mais que 90 anos. Apesar de a UFMG ter sido criada oficialmente em 1927 e federalizada em 1949, várias unidades de ensino criadas anteriormente, e que foram agregadas, existiam há mais tempo. Os inconfidentes já falavam em criar uma universidade, mas o Império e a Colônia barravam esse desejo. A semente da UFMG surgiu ali”, disse.

O professor destacou as contribuições da Universidade para a sociedade mineira, lembrando nomes marcantes que passaram por ela nos seus 90 anos de história. “A Escola de Direito, por exemplo, teve papel importante na consolidação da república no Brasil, estabelecendo uma cultura jurídica, democrática e liberal. Já no campo da cultura, alunos e ex-alunos, como Emílio Moura, Carlos Drummond de Andrade, Afonso Ávila e Silviano Santiago, participaram ativamente do movimento modernista.”

O professor lembrou que as contribuições da UFMG também foram marcantes durante a construção de Belo Horizonte, cidade cujo planejamento contou com a participação de figuras relevantes da Escola de Arquitetura, como o professor Baeta Neves, e durante a crise da Gripe Espanhola, que atingiu a cidade no início do século 20. “Naquela época, os hospitais de Belo Horizonte fecharam as portas e se recusaram a tratar os doentes. Somente a Escola de Medicina aceitou tratá-los, cumprindo papel decisivo no combate à epidemia”, disse.

O professor encerrou a aula magna destacando a atuação da Universidade durante a ditadura de Vargas e a ditadura militar, quando esteve sempre ao lado da democracia. “A UFMG já foi o maior núcleo do pensamento esquerdista do país, e isso foi importante porque ainda não existia um pensamento forte que se opusesse à direita. A Universidade deve continuar incentivando a pluralidade de ideias”, concluiu.

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