Foca Lisboa / UFMG “Considero essa homenagem muito importante, não apenas porque a escolha é feita por uma instituição séria, gerida por pessoas sérias e competentes, mas também porque reconhece a produção cientifica, a dedicação do pesquisador e sua atuação em entidades que promovem a ciência”, afirmou Angelo Machado, que faz questão dividir méritos com a esposa, Conceição Ribeiro da Silva Machado, falecida em 2007, também professora emérita da UFMG. Eles trabalharam juntos na área de neurociências. Doença de Chagas e libélulas Entre diversas outras descobertas relevantes, mudou o conceito vigente na época sobre as lesões do sistema nervoso autônomo na Doença de Chagas. Na área de entomologia, dedicou-se ao estudo das libélulas: descreveu 98 espécies e 11 gêneros novos desses insetos. Foi homenageado com seu nome em 56 espécies de animais. Angelo Machado é também escritor e dramaturgo, com 37 livros infantis e três para adultos publicados, além de seis peças de teatro encenadas. Recebeu prêmios como o Jabuti. É membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Mineira de Letras, além de presidente do Conselho Curador da Fundação Biodiversitas, ONG especializada na conservação de espécies ameaçadas de extinção. Pesquisadores eméritos (Com informações da Coordenadoria de Comunicação do CNPq)
O professor emérito da UFMG Angelo Barbosa Monteiro Machado [foto], vinculado ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB), recebeu o título de Pesquisador Emérito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O título seria entregue pessoalmente ontem (terça, 9), em solenidade no Rio de Janeiro, mas o professor não compareceu, em razão de problema de saúde. O título foi outorgado também a outros nove pesquisadores, de diversas instituições.
Foram entregues também o Prêmio Álvaro Alberto – considerado a mais alta honraria em ciência e tecnologia do país – ao diretor do Instituto Carlos Chagas (ICC) da Fundação Oswaldo Cruz do Paraná, Samuel Goldemberg, e menção especial ao deputado federal Sibá Machado (PT/AC), secretário de Estado de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis do Acre, por sua atuação na aprovação, em 2016, do Marco Legal da CT&I, como relator da proposta na Câmara dos Deputados.
Graduado em Medicina e doutor pela UFMG, Angelo Machado fez pós-doutorado na Northwestern University em Chicago. Dedicou-se sempre ao ensino e à pesquisa, inicialmente na área de neurociências, como professor do Departamento de Morfologia do ICB, e, mais tarde, em entomologia, vinculado ao Departamento de Zoologia. Tem 138 trabalhos científicos publicados, a maioria em revistas internacionais.
Além de Ângelo Machado, receberam o título de pesquisador emérito Fábio de Melo Sene (USP), Ingedore Grunfeld Villaça Koch (Unicamp), Jorge de Lucas Junior (Unesp), Jorge Luiz Gross (UFRGS), Jose Arthur Giannotti (Cebrap), Luiz Carlos Bresser Pereira (FGV), Othon Henry Leonardos (UnB), Ricardo de Araújo Kalid (UFSB) e Sandoval Carneiro Junior (UFRJ). A solenidade, realizada na Escola Naval, teve a presença do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, do presidente do CNPq, Mario Neto Borges, entre outras autoridades.
Instituído em 2005, o título de Pesquisador Emérito é concedido anualmente em reconhecimento ao conjunto da obra científico-tecnológica e ao prestígio na comunidade científica. Os contemplados recebem diploma e direito a passagens e até seis diárias para participação em congresso científico no país ou no exterior. O valor correspondente pode ser utilizado para custear despesas com pesquisador visitante, aquisição de insumos ou atividade relacionada com a pesquisa científica e tecnológica.