Está disponível, na página da Pró-reitoria de Extensão, o relatório conclusivo dos trabalhos realizados pela Comissão Institucional de Saúde Mental (Cisme) da UFMG. O documento vinha sendo elaborado desde a 4ª Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG, realizada em maio do ano passado. O relatório será debatido com a comunidade universitária durante a 5ª Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG. "Com o documento definido, a Rede Saúde Mental da UFMG poderá se dedicar a implantar as diretrizes estabelecidas para os diversos âmbitos da Universidade", explica a professora Claudia Mayorga, pró-reitora adjunta de Extensão. O documento apresenta uma concepção de Universidade acolhedora, flexível, acessível, inclusiva, solidária e disposta a conferir protagonismo às pessoas que vivem a experiência de sofrimento mental. O texto, que também está sintonizado com a Política de Direitos Humanos da UFMG, defende uma atuação em consonância com o Sistema Único de Saúde (SUS) e com os dispositivos legais que compõem e orientam os programas municipal, estadual e nacional de saúde mental. As diretrizes indicadas no documento preconizam a construção permanente e participativa de uma política de atenção em saúde mental na Universidade, a promoção da desestigmatização e da despatologização do sofrimento mental, o incentivo à qualidade de vida e à construção de um ambiente "não adoecedor" e o enfrentamento da cultura de autoritarismo, individualismo e produtivismo na academia. Com base nesses princípios, o documento traz uma série de sugestões de ações. "Como desdobramento, já estamos elaborando uma cartilha informativa sobre os setores da Universidade que podem ser procurados por estudantes, técnicos e professores que passam por alguma situação de sofrimento mental", antecipa Claudia Mayorga. A pró-reitora adjunta também conta que, no âmbito da Rede Saúde Mental da UFMG, foi criado um grupo de trabalho (do qual participam instâncias da Universidade que prestam serviços relacionados à saúde mental) para discutir formas de melhorar a atenção à comunidade universitária. Pioneirismo (Ewerton Martins Ribeiro / Boletim 1972)
Claudia Mayorga destaca que o relatório indica uma política institucional alinhada com a Política Nacional de Saúde Mental. Suas diretrizes não se restringem ao âmbito da Universidade, mas buscam alcançar o trânsito que a comunidade universitária faz entre os campi e a própria cidade. Essa é uma das explicações para que o documento esteja sob a guarda da Pró-reitoria de Extensão, a despeito do envolvimento de diversas instâncias da UFMG nas discussões que nele resultaram. "Foram delimitadas diretrizes para uma política institucional intimamente conectada com a sociedade. No âmbito universitário, essa é uma ação pioneira no Brasil", afirma a pró-reitora adjunta.