A terapia de reposição hormonal em mulheres no climatério, transição do período fértil para o não reprodutivo, é o tema do Café Controverso: Saúde em Pauta deste sábado, 19, a partir das 11h, na cafeteria do Espaço do Conhecimento UFMG. O professor de pós-graduação da Fundação Unimed BH José Ricardo Vilela fará a mediação do debate Reposição hormonal: dilemas e verdades para as mulheres, que terá a participação dos ginecologistas Ricardo Marinho e Silvana Kelles. Aplicada desde a década de 1960 em mulheres a partir dos 45 anos, a terapia hormonal tem o objetivo de reduzir os sintomas agudos da menopausa, que acometem entre 75% e 80% das pacientes. Ondas de calor, suores noturnos, mudanças no humor, atrofia vaginal e dificuldade de concentração são alguns dos efeitos que comprometem a qualidade de vida nessa fase. Em 2002, no entanto, um estudo da Women’s Health Initiative (WHI) mostrou a relação entre o tratamento hormonal de estrogênio e medroxiprogesterona com o aumento do risco de câncer de mama, trombose venosa profunda, AVC e doença arterial coronariana. A pesquisa provocou queda de 80% do uso desse tratamento, e as opiniões da comunidade médica se dividem em relação à indicação da terapia hormonal. A ginecologista Silvana Kelles faz um alerta sobre o uso indiscriminado desse recurso, principalmente porque a queda da produção de estrogênio tem efeitos de intensidade variável de uma mulher para outra. “Quando os sintomas são intensos e desconfortáveis, a terapia hormonal por curto período pode melhorar a qualidade de vida, mas o tratamento deve envolver sempre a menor dose terapêutica durante o menor tempo possível. A utilização do estrogênio por um período prolongado, acima de um ano, traz resultados preocupantes", observa. Para o ginecologista Ricardo Marinho, a terapia hormonal continua sendo uma importante alternativa para mulheres com sintomas fortes. “Além de combater os inconvenientes da menopausa, a reposição do estrogênio em mulheres com idade próxima à menopausa contribui para evitar perda óssea e reduzir o risco de doenças cardiovasculares. A utilização da terapia hormonal em mulheres na faixa de 50 anos por um período de cinco a dez anos traz mais benefícios do que danos, mas a decisão é individual, baseada em sintomas, doenças preexistentes e desejo da paciente. Para o uso prolongado ou após os 60 anos, é necessária uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios", afirma. (Com Assessoria de Comunicação do Espaço do Conhecimento da UFMG)
O evento é realizado pelo Espaço do Conhecimento da UFMG, em parceria com o Instituto Unimed BH.