A palavra gambiarra – que significa improvisação, quebra-galho, uso de recursos alternativos diante das dificuldades do cotidiano – tem grande importância nas artes, na literatura e na cultura do Brasil. A proposta do livro é apresentar o termo, sua história, a localização de recorrências em romances célebres e a força desse proceder diferente, que burla o consumismo desenfreado e o mercado. O ensaio também dá aos leitores a oportunidade de descobrir que jacuba, receita simples de comida que sempre conta com um ingrediente seco, água ou café e, em momentos de muita precariedade, apenas um refresco ralo, já era um prato usado pelos africanos escravizados em Minas Gerais, no início do século 19, como fórmula de sobrevivência. O principal objetivo da obra, segundo Sabrina, é inspirar e instigar leitores a se aprofundar no estudo da literatura, da antropologia, da história e das artes contemporâneas. “A hipótese desenhada neste ensaio é a de que, além de intensa cumplicidade entre os dois termos, “gambiarra” e “jacuba” performam o campo literário e o artístico e são expressões definidoras de um traço próprio da arte brasileira”, comenta. Sabrina Sedlmayer atua no âmbito da literatura comparada, especialmente com as literaturas de língua portuguesa. Recebeu prêmios nacionais e internacionais e é autora de livros sobre as obras de Raduan Nassar, Fernando Pessoa, Jorge Luís Borges, Walter Benjamin e Giorgio Agamben, entre outros. O evento de lançamento terá início às 18h, na Quixote Livraria e Café (Rua Fernandes Tourinho, 274). Leia mais em matéria do Boletim UFMG sobre as pesquisas de Sabrina Sedlmayer. (Com Assessoria de Comunicação do Grupo Autêntica)
A professora Sabrina Sedlmayer lança hoje (sexta, 18), em Belo Horizonte, o livro Jacuba é gambiarra (Autêntica), em que, com base na apresentação dos termos que compõem o título, ela discute alimentação, literatura e outros temas.