"No final do jogo com o Uruguai na Copa de 50, ainda tenho, viva e nítida na minha lembrança, a saída do estádio. Eu menino, chorando, de cabeça baixa, no meio de uma multidão enorme, e aquilo parecia uma saída de enterro ou de velório. Eu ainda não tinha ido a nenhum dos dois. Tinha doze anos. Foi o meu primeiro enterro, o meu primeiro velório. Ninguém saía correndo na frente pra pegar o carro, ninguém saiu antes. Todos velaram o jogo até o fim e aí sim, saímos em passo solene e fúnebre, aquele passo de ritual de enterro." (SOARES, 1994, p. 69-71)
Ouça a coluna de Elcio Cornelsen.
Veiculada em 18/04/2017 no programa Universo Literário.
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