Avaliação Institucional da UFMG

Relatório de auto-avaliação

(por Ricardo Bandeira, retirado do Boletim UFMG número 1606)

Está disponível o resultado de um trabalho inédito na UFMG: a primeira auto-avaliação global da Universidade. O documento apresenta retrato detalhado da UFMG no período analisado (2002 a 2005), com suas virtudes e defeitos. Sob o título Avaliação institucional: conhecer para aprimorar, o relatório foi distribuído, em março, na forma de CD-ROM elaborado pela Editora UFMG, para vários setores da Universidade e algumas instituições externas.

De acordo com a diretora de Avaliação Institucional e coordenadora do trabalho, Maria do Carmo de Lacerda Peixoto, o relatório tem dois objetivos centrais: dar ciência à comunidade universitária da atual situação da UFMG e reunir dados para o planejamento de ações futuras. “A vinculação entre avaliação e planejamento é da maior importância”, afirma Maria do Carmo.

O documento foi elaborado no âmbito da lei federal que criou, em 2004, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Ela determina que todas as instituições federais de ensino superior produzam um relatório interno, para depois serem submetidas à avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação. Na UFMG, no entanto, o investimento da Reitoria em uma política de avaliação institucional começou antes, no fim de 2002, quando foi criada a DAI. A edição da lei antecipou a elaboração de um relatório global, previsto desde aquela época. O trabalho ficou a cargo da Comissão Própria de Avaliação (CPA), instituída em 2004 e formada por professores, alunos, funcionários e comunidade externa.

“Independentemente de leis, esta é uma iniciativa que a Universidade deve realizar periodicamente”, diz Maria do Carmo. Ela lembra que a tradição de avaliação na UFMG é anterior à própria criação da DAI. Um dos principais exemplos é a avaliação específica do ensino de graduação, instituída no início dos anos 90, que gerou estudos sobre temas como evasão e seletividade social no acesso aos cursos da Universidade. A partir deles, a UFMG adotou a iniciativa de aproveitamento semestral das vagas ociosas na graduação, por meio de processos de transferência e admissão de estudantes.

“Mais uma vez, a UFMG se antecipa às políticas públicas do setor. Pela primeira vez, e de modo sistemático, a Universidade organiza as diferentes modalidades de avaliação setorizada num mesmo pacote, que está muito bem elaborado”, afirma o professor João Pinto Furtado, diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas.

O relatório mostra uma instituição que, aos 80 anos, permanece viva e dinâmica. Chamam a atenção, por exemplo, dados sobre a pesquisa, que reúne 614 grupos consolidados, com mais de 2.300 pesquisadores. Na pós-graduação, a oferta de cursos cresceu 50% de 1990 a 2005, com destaque para os doutorados, que quase triplicaram nesse período (de 17 para 48). Na graduação, a flexibilização dos currículos pôs a UFMG em sintonia com os parâmetros atuais de formação profissional, sem abandono da relevância acadêmica. Os dados sobre a extensão revelam uma instituição com forte compromisso social, por meio de atividades voltadas para a parcela mais pobre da sociedade.

A avaliação institucional também explicita problemas da Universidade, como a lentidão nos processos administrativos, provocada pela burocracia. O relatório dá como exemplos a exigência do preenchimento de formulários diversos para determinados procedimentos e as dificuldades de alunos para efetuar matrículas em disciplinas eletivas. Outro ponto negativo é o fato de o planejamento ainda ser pouco utilizado na UFMG, seja para antecipar e corrigir problemas, seja para programar metas e objetivos.

“A avaliação é importante, entre outras coisas, para conscientizar os setores da Universidade de suas próprias deficiências”, opina o professor aposentado do departamento de Física Márcio Quintão Moreno, que trabalhou na consolidação dos dados do relatório.

Para ele, parte da comunidade universitária ainda precisa se convencer da importância de contemplar suas próprias virtudes e defeitos. Ele se diz surpreso com o fato de que algumas unidades da UFMG não fizeram a auto-avaliação, o que resultou em lacunas no documento final.
A produção de relatórios pelas unidades e órgãos da Universidade foi uma das etapas da avaliação institucional, concretizada também a partir da pesquisa com grupos focais e de um questionário que pôde ser acessado via internet durante quatro meses, entre o fim de 2005 e o início de 2006. A versão final do documento está disponível aqui. Comentários sobre o seu conteúdo podem ser enviados por e-mail para a Diretoria de Avaliação Institucional. O endereço eletrônico é info@dai.ufmg.br.

 


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