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O maestro da arte nova
ugeri
o nome em 64, pois possibilitava interpretações diferentes:
ao mesmo tempo que Ars Nova significa arte nova, é também uma
referência ao período da história da música em
que se começou a compor coral com três ou quatro vozes."
Quem sugeriu
o nome do coral da UFMG que mais tarde colecionaria prêmios no Brasil
e no exterior não poderia ser outro: o regente Carlos Alberto Pinto
Fonseca, cuja trajetória e conquistas se confundem com as do próprio
grupo de canto coral que ajudou a projetar. Por causa da compulsória,
que obriga qualquer trabalhador a se aposentar ao completar 70 anos, Carlos
Alberto está passando o bastão, ou melhor, a batuta para o regente
adjunto Rafael Grimaldi.
Carlos Alberto entrou para o Ars Nova em 1961, quando o grupo ainda se chamava Coral Estudantil, e assumiu a regência em outubro de 1962. O professor comandou a turnê do grupo pelo país em meados de 1963, com apresentações em diversas cidades, passando, inclusive, pelos teatros municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro.
O ano de 1964 foi dedicado à apresentação completa do Messias, do compositor clássico alemão naturalizado inglês Haendel. "A peça nunca havia sido interpretada integralmente no Brasil, porque é muito longa e necessita de 80 vozes", comenta o maestro. Quando estourou o golpe militar em 31 de março, o coro já estava com todo o texto preparado, e a apresentação, em seus ajustes finais. "Naquele dia, não deixaram a gente ensaiar. Por causa do golpe, alguns patrocinadores desistiram, e pensei em abandonar o projeto, mas o pessoal do Ars Nova preferiu continuar enquanto houvesse apoio. Em junho, conseguimos realizar a apresentação na Igreja São José, e foi um sucesso", conta Carlos Alberto. O processo de preparação foi tão cuidadoso e envolvente que o professor de inglês contratado pelo coral para treinar os cantores no sotaque inglês britânico resolveu participar também do coro.
Ao longo de sua trajetória, o Ars Nova participou de vários eventos e concursos, como os festivais internacionais de Manila/Filipinas (1979) e Atenas (1981) e o 7o Concurso Internacional de Coros, em Atenas (1998), onde conquistou o Grande Prêmio, sempre com Carlos Alberto na batuta. "Em 1974, a Funarte organizou um concurso de coros, e nenhum outro coral quis participar, pois diziam que nós ganharíamos com certeza. Então, eles nos consideraram hors concours e realizaram a competição com os outros grupos", vangloria-se o maestro.
Planos
Carlos Alberto nasceu em Belo Horizonte e começou a estudar piano ainda criança com a professora Jupyra Duffles de Barreto. Depois, estudou música na Universidade Federal da Bahia, onde graduou-se em regência em 1960. Lá, formou o seu primeiro coral, o Renascença da Bahia, que interpretava repertório eclético, incluindo músicas eruditas e do cancioneiro popular do Nordeste. Enquanto foi maestro do Ars Nova, recebeu convites e regeu outros corais, como o da Rádio MEC e das Orquestras Sinfônicas do Recife, Salvador, Porto Alegre, Brasília e Campinas. Ele também foi um dos fundadores do Festival de Inverno de Ouro Preto. "Na época, era muito bom, o Festival só abrangia as áreas de música e artes plásticas, e os concertos eram bastante concorridos", relembra o ex-professor da UFMG.
Após aposentar-se, o maestro planeja gravar um CD com composições próprias. "Farei uma seleção entre as mais de cem obras que compus durante minha vida. A primeira parte será dedicada ao erudito e à música contemporânea, e a segunda, à música afro-brasileira", explica Carlos Alberto. Apesar da despedida oficial em junho, uma apresentação da Nona Sinfonia, de Beethoven, ao lado do coral que dirigiu por quase toda vida, está marcada para setembro.
Carlos Alberto encara a aposentadoria compulsória com tristeza resignada.
"Não é nada bom ser obrigado a aposentar por imposição
da lei. Até porque sinto-me no auge de minhas potencialidades",
lamenta.