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Pesquisa da UFMG pode abrir caminho
para novas vacinas
Estudo sobre a bactéria da
brucelose ganhou destaque em periódico internacional
Ana Rita Araújo
pecuária Brasileira perde cerca de US$30 milhões por ano devido
à brucelose, doença que atinge rebanhos e seres humanos.
Uma descoberta de pesquisadores do Institudo de Ciências Biológicas
(ICB) da UFMG pode ser o caminho para a produção de vacina
eficaz contra esta zoonose, além de auxiliar na elaboração
de vacinas contra outras doenças como a malária e a Aids.
O trabalho, de autoria do professor Sérgio Costa Oliveira, pró-reitor
adjunto de pesquisa da UFMG, foi destaque em janeiro na publicação
on line ASM News, da Associação Americana de
Microbiologia.
Sérgio Oliveira e sua equipe estudaram como a bactéria Brucella abortus, causadora da zoonose, liga-se a receptores de células do sistema imunológico do hospedeiro. "Determinamos a estrutura do lipopolisacarídeo (LPS), molécula que está na superfície desta bactéria, e quais os receptores presentes em células do sistema imunológico ao qual o LPS se liga", explica o professor.
Neste estudo, além da determinação dos receptores envolvidos na ativação da resposta imunológica, o LPS foi utilizado para auxiliar sistemas de imunização contra a malária em animais experimentais. Esta molécula, bioativa, demonstrou alta eficiência na indução da produção de interferon-gama por certos tipos de linfócitos, o que indica que pode ser utilizada em vacinas contra outras doenças.
Além de Sérgio Oliveira, compõem o grupo de pesquisa o professor da UFMG Ricardo Gazzinelli, além de Oscar Bruna-Romero e Marcos Campos, pesquisadores do Instituto René Rachou (Fiocruz), e Gracia Rosinha, pós-doutoranda da UFMG, atualmente pesquisadora da Embrapa.
A publicação do trabalho no ASM News representa um reconhecimento do meio científico internacional. "Mensalmente, a Associação Americana de Microbiologia seleciona, para o ASM News, seis artigos entre todos os que constam em seus diversos periódicos", explica Sérgio Oliveira, ao lembrar que publicar trabalhos em periódicos indexados internacionalmente nem sempre é tarefa fácil. A equipe do professor Sérgio Costa valeu-se do Programa de Auxílio a Publicações Indexadas Internacionalmente, mantido pelas pró-reitorias de Pesquisa e de Pós-Graduação da UFMG.
Estímulo à publicação
Entre 1995 e 2000, a UFMG produziu 16.819 artigos completos voltados para divulgação externa. Destes, 3.024 (18%) foram publicados em, pelo menos, um dos três mais importantes indexadores internacionais: Science Citation Index Expanded, Social Science Citation Index e Arts & Humanities Citation Index. Para melhorar esse índice, considerado pequeno diante da expressiva produção científica da UFMG, a Pró-Reitoria de Pesquisa lançou o Programa de Auxílio a Publicações Indexadas Internacionalmente, mantido com recursos do Fundo Fundep e que custeia despesas com a publicação de trabalhos de docentes da UFMG, selecionados por edital.
Segundo o pró-reitor de Pesquisa, José Aurélio Bergmann, uma das razões para a perda de visibilidade da produção científica da UFMG pode estar no fato de alguns periódicos cobrarem elevadas taxas para publicação _ em média, 80 dólares, por página de cada artigo científico. "Isso dificulta a inserção da UFMG na comunidade científica internacional e prejudica a avaliação pela Capes de um expressivo conjunto de programas de pós-graduação", argumenta Bergman. Ele ressalta que o reduzido aproveitamento de artigos da UFMG em tais indexadores internacionais não reflete os resultados de investimentos e esforços canalizados para os mais de 500 grupos de pesquisa já cadastrados no CNPq e para os 61 programas de pós-graduação credenciados pela Capes.
O edital, que está com inscrições abertas, pode ser acessado no endereço www.ufmg.br/prpq/editais.
Brucelose é uma zoonose _ doença que acomete animais e seres humanos _ que causa prejuízos à pecuária e contamina pessoas que consomem leite, carne e outros alimentos de origem animal. Não há vacina contra a brucelose para seres humanos e a vacina contra a brucelose animal precisa ser aperfeiçoada por ser prejudicial para pessoas e ter efeito abortivo sobre fêmeas gestantes. A bactéria também tem sido utilizada como arma biológica, principalmente a Brucela militensis, espécie mais patogênica para o homem.