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Nº 1566 - Ano 33
26.2.2007

Cruzada contra a dengue

UFMG lança campanha para combater focos do Aedes aegypti no campus Pampulha, um dos locais mais críticos em BH


Ana Rita Araújo

A

mbiente em que se respira ciência não imuniza contra doenças. Todos são iguais diante do risco. O campus Pampulha não foge à regra e exibe altas taxas de infestação do mosquito Aedes aegypti.

Preocupada com a situação, a administração da Universidade está promovendo, em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte, ampla campanha para esclarecimento das cerca de 40 mil pessoas que circulam diariamente pelo local, além de mutirões para recolhimento de objetos que acumulam água e oferecem ambiente propício à reprodução do vetor.

“Dessa vez, está chegando a dengue tipo 3, que é a mais agressiva. Os índices de focos de ovos e larvas do mosquito são alarmantes. Precisamos agir rápido para evitar uma epidemia”, alerta Alcione Aguiar Souza, funcionária do Programa de Gestão de Resíduos do Departamento de Serviços Gerais (DSG). Para ela, a campanha de esclarecimento realizada na UFMG pode ter alcance ainda maior, uma vez que a comunidade universitária é formadora de opinião. “Além de mudar hábitos na rotina do campus, alunos, servidores e docentes levam para seus respectivos bairros o cuidado com a prevenção”, opina Alcione Aguiar.

Mutirão

Segundo Alcione Aguiar, diversas medidas vêm sendo adotadas simultaneamente, como distribuição de material impresso entre os calouros que fizeram registro acadêmico de 12 a 16 de fevereiro; realização de campanha de esclarecimento entre os servidores e pessoas que circulam pelo campus; e intensificação de ações de vigilância sanitária, com visitas periódicas dos agentes de controle de zoonoses às unidades acadêmicas e administrativas, para identificação e tratamento dos focos; e mutirão de limpeza por todo o campus.

Copos e sacolas plásticas, entulhos e até móveis fora de uso são alguns dos objetos espalhados pelo campus. O mutirão de limpeza acontece de 26 a 28 de fevereiro, com o trabalho de equipes de funcionários do serviço de limpeza, e todo o lixo recolhido será coletado por equipes da Prefeitura.

Alcione Aguiar explica que sacolas e copos plásticos são o maior problema encontrado no campus Pampulha. “É fundamental que as pessoas se conscientizem da necessidade de jogar esses objetos no lixo, pois qualquer quantidade de água acumulada pode se transformar em foco de proliferação do mosquito”, reforça.

Diferentemente do que se imagina, as folhas secas, que poderiam juntar água, não contribuem para o aumento de focos do vetor. “O pessoal da limpeza recolhe folhas caídas permanentemente. Por isso, não temos problema de dengue nas áreas verdes, nem mesmo na Estação Ecológica, que é muito extensa. A dificuldade ocorre onde a ocupação humana é mais intensa, isto é, em torno dos prédios e nas áreas administrativas”, conta Alcione Aguiar.

Segundo Cristiano Fernandes, gerente regional de controle de zoonoses da Regional Pampulha, o campus da UFMG oferece condições à propagação do mosquito não apenas pela extensão da área, mas sobretudo pela falta de destino adequado do lixo. Já nos prédios administrativos, ainda há grande número de recipientes que atraem o mosquito – sejam os pratos sob vasos de plantas, sejam copos com restos de água.

Estão envolvidos no mutirão contra a dengue o Programa de Gestão de Resíduos e a Divisão de Serviços Comunitários, ambos do Departamento de Serviços Gerais (DSG) da UFMG, e três setores da Prefeitura de Belo Horizonte: Zoonoses, Mobilização Social e Limpeza Urbana.

O mutirão é uma atividade emergencial e pontual. Para dar continuidade à campanha, estão previstos a implantação da coleta seletiva de lixo em todo o campus – atualmente é feita apenas no Centro Pedagógico – e um trabalho de educação ambiental.

Para dar suporte à implantação da coleta seletiva, o DSG está levantando os tipos e quantidades de resíduos gerados e e os pontos estratégicos para a instalação de lixeiras.

Foca Lisboa
Mutirão contra a dengue
Entulhos serão recolhidos durante o mutirão de limpeza no campus Pampulha

A campanha

Datas
26 a 28 de fevereiro – mutirão de limpeza
5 e 6 de março – panfletagem nas unidades acadêmicas e apresentação de peças de teatro no Resturante Setorial II e na Praça de Serviços

Áreas mais sujas
Nas imediações do Restaurante Setorial 2; descida do departamento de Física; Praça de Serviços; portaria da avenida Antônio Carlos; entorno dos prédios e em volta dos aceiros. Há, ainda, um grande acúmulo de sujeira nas imediações das escolas de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional e de Veterinária nos dias de jogos no Mineirão. Nos dias seguintes aos jogos, uma equipe percorre esses espaços para recolher o lixo.

O que fazer
Qualquer água parada no seu ambiente de trabalho representa ameaça. Fique atento para evitar água empoçada:
- Ponha areia sob os vasos de plantas do seu setor de trabalho;
- Ao descartar copos, garrafas e sacolas plásticas, tenha a certeza de que não contêm restos de água;
- Não jogue resíduos orgânicos como restos de frutas ou de café nas lixeiras, para evitar que atraiam o mosquito.