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Nº 1741 - Ano 37
6.6.2011

Festival dos CAMINHOS que se BIFURCAM

Evento da UFMG será sediado em cinco cidades mineiras; inscrições estão abertas

Ana Maria Vieira

Deixar aos vários futuros um festival com caminhos que se bifurcam seria uma paráfrase possível para os rumos que o Festival de Inverno da UFMG retoma este ano. Emprestada de obra do autor argentino Jorge Luis Borges, a imagem serve bem para a intenção da Universidade de apoiar, por meio do evento, o desenvolvimento da cultura, da arte e do conhecimento em diversos espaços (e tempos) mineiros. A ideia parece simples e poderá ser conferida no período de 8 de julho a 7 de agosto, quando a instituição e seus parceiros inauguram o novo percurso do Festival em Minas: Tiradentes, Cataguases, Diamantina, Belo Horizonte e Brumadinho, nesta ordem.

A abertura do evento está programada para Tiradentes no dia 8 de julho. Lá, o Festival terá passagem rápida – apenas até o dia 10 –, mas com perfil público, oferecendo aulas abertas gratuitas nas ruas e eventos diversos. A programação de todas as atividades pode ser conferida no site www.ufmg.br/festival. De acordo com o professor Maurício Campomori, diretor de Ação Cultural da UFMG, o evento não ocorrerá simultaneamente em todas as cidades. Assim, após deixar Tiradentes, ele chegará a Cataguases, entre 14 a 24 de julho, oferecendo cinco oficinas sob o tema Avizinhamentos, em parceria com a Fábrica do Futuro, espécie de incubadora cultural que atua na formação de talentos para o trabalho com novas tecnologias.

“As atividades em Cataguases estarão predominantemente relacionadas ao pensamento cinematográfico, ao vídeo e às mídias digitais”, sintetiza Campomori. Nelas, o interessado terá oportunidade de aprender a produzir games e vídeos explorando narrativas interativas, por exemplo. Em nova viagem, desta vez em direção a Diamantina, sede de suas últimas 11 edições, o evento oferecerá um núcleo maior de oficinas – 32 –, além de mesas-redondas e atrações culturais, entre 17 e 29 de julho.

Com o lema Radioplastia, o módulo diamantinense tem a coordenação de Fabrício Fernandino, professor da Escola de Belas-Artes da UFMG. Segundo programação disponível, as oficinas se dividem nas áreas de artes audiovisuais, artes cênicas, artes plásticas, artes literárias e artes musicais, que seguirão a proposta de usar a radiodifusão como meio do processo criativo, em parceria com a rádio UFMG Educativa.

Jarauta

A etapa final do percurso do evento vai se dividir entre Belo Horizonte e Brumadinho, mais precisamente no campus Pampulha e na sede do Instituto Inhotim, de 25 de julho a 5 de agosto. Nesses espaços, o público será presenteado com conferências, mesas-redondas e cursos sobre a arte, o artista, o conhecimento e a ciência, a partir do tema Cidades. Um dos grandes nomes presentes será o professor e filósofo espanhol Francisco Jarauta, que participará de três conferências abordando as questões Arte e cultura contemporânea; As novas configurações do urbano; e Novas tecnologias, novas formas de sociabilidade. Atualmente, Jarauta dirige, em Murcia (Espanha), o Foro de la Mundialización e integra os comitês científicos das publicações Iride, Experimenta, Pluriverso e Le Monde Diplomatique.

“Nosso objetivo é que o evento funcione como uma teia de ações que se irradie pelo estado”, explica Maurício Campomori, sobre a multiplicidade de temas e destinos idealizados para a 43ª edição do Festival. Ele relembra que, em outros tempos, o evento chegou a ocorrer simultaneamente em 14 cidades e alternou movimentos de expansão e introspecção temática ou espacial em sua trajetória. “Isso é típico dos artistas e de seus espaços de produção. O Festival vive o mesmo processo sem artificialismo, pois funciona como um corpo vivo, pulsante”, analisa o professor.

A proposta de retomar a tradição de “espalhamento” foi apresentada pelo pró-reitor de Extensão da UFMG, João Antônio de Paula. “Não se trata de buscar a tradição por si mesma, mas de construir maior abrangência procurando novo significado para o evento. Encontramos esse caminho nas cidades onde a UFMG tem situação consolidada ou vínculos institucionais expressivos, como Tiradentes e Brumadinho, por meio da Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade e do Instituto Inhotim”, esclarece Campomori. O evento tem custo previsto de R$ 1,2 milhão, coberto pela UFMG e por patrocinadores.

A inscrição para as atividades dos módulos do Festival de Inverno nas diversas cidades deve ser feita no site da Fundep (www.cursoseeventos.ufmg.br).