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Nº 1748 - Ano 37
12.9.2011

Para leigos, cinéfilos e amantes do teatro

As atividades de extensão são outra novidade da Semana de Neurociências. Combate ao tabagismo, perda de memória no envelhecimento, qualidade de vida para pessoas com esclerose múltipla e convivência com portadores de esquizofrenia e de autismo serão alguns dos assuntos abordados. Haverá palestras, debates e oficinas, ministrados por alunos do Programa de Pós-graduação em Neurociências que mostrarão as principais novidades e tendências da área. As atividades são gratuitas e dispensam inscrições.

Para o professor da Faculdade de Medicina da UFMG Arthur Kummer, coordenador das atividades de extensão, o intuito é estreitar os laços entre academia e comunidade. “Essa divulgação científica é de extrema importância para que a comunidade saiba o que tem sido produzido e se beneficie dos resultados”, salienta.

Também entre os destaques da programação está a palestra que o diretor de pesquisa do Centro Nacional da Pesquisa Científica da França, Claude Raynaut, ministrará sobre os desafios da interdisciplinaridade. Para ele, a produção de conhecimento no mundo contemporâneo deve levar em conta “o fato de estarmos atravessando hoje profundas mudanças nos quadros de pensamentos que constituíram, durante séculos, o alicerce conceitual e ético de nossas sociedades”. A imbricação de fatores e dinâmicas heterogêneas e a combinação de dimensões materiais e imateriais seriam, segundo ele, características dessa nova realidade – cujas questões devem ser investigadas por meio da prática interdisciplinar.

Durante a Semana de Neurociências haverá atividades culturais, como shows de música, exibições de filmes e apresentações de teatro e de dança. Selecionados para o evento por se relacionaram com a abordagem neurocientífica, os filmes e peças teatrais servirão de ponto de partida para os debates que a eles se seguirão.

A professora da Faculdade de Letras da UFMG Tereza Virginia Barbosa discutirá com o público o enredo da tragédia grega Medeia, cuja protagonista ama e odeia intensamente. “O mito de Medeia é a história de uma mulher que atenta contra si mesma, saindo do patamar de ‘humanidade’ para ocupar algum lugar acima ou abaixo dele”, analisa Tereza, referindo-se à atitude da personagem de dar fim à vida de sua prole. “Matar os filhos é, de certa forma, um ato de suicídio, pois ela se volta contra si mesma”, explica.

Todas as atividades culturais oferecidas pela Semana também são gratuitas e abertas ao público. A programação completa do evento está disponível no site www.5simposioneurociencias.chsd.com.br.

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