1911 a 1920
Enfrentando a Gripe Espanhola

O chamado da população é uma incumbência fundamental da Universidade ao longo de sua história. As interseções dos acontecimentos memoráveis da sociedade e a atuação histórica da UFMG estão presentes mesmo antes de sua fundação.

Um exemplo é a ação de enfrentamento à gripe espanhola protagonizada pela Faculdade  de Medicina de Belo Horizonte, fundada em 1911, em que estudantes e professores assumem a linha de frente do combate à pandemia. A Faculdade foi transformada em hospital provisório com 112 leitos e serviço clínico, operação inédita para os moradores de Belo Horizonte da época. O serviço era gratuito e voltado para os indigentes, os miseráveis e a população pobre.

1921 a 1930
Criação da Universidade

Em 7 setembro de 1927, o presidente Antônio Carlos sancionou a lei nº 956 que cria a Universidade de Minas Gerais, que engloba a união das faculdades de Direito, Medicina, Odontologia, Farmácia e da Escola de Engenharia.

A universidade  nasce com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento do ensino, o empenho no progresso regional e o aprimoramento da cultura. Francisco Mendes Pimentel é nomeado como primeiro reitor da universidade que ressaltava a projeção de futuro como vocação da UFMG. 

1931 a 1940
90 anos do voto feminino

Há 90 anos, no ano de 1932, as brasileiras conquistavam o direito ao voto. Um direito adquirido após décadas de luta contra o silenciamento do exercício democrático à cidadania e à vida pública. Uma das pioneiras no sufrágio brasileiro é egressa da Faculdade de Direito da UFMG.

Maria Ernestina Carneiro Santiago Manso Pereira, ou Miêtta Santiago, teve papel fundamental para que o direito ao voto fosse exercido por todas as mulheres no Brasil. Miêtta Santiago questionou, em 1928, a constitucionalidade da proibição do voto feminino, que contrariava o artigo 70 da Constituição Brasileira de 1891, e decidiu entrar com um mandado de segurança, o que a possibilitou tornar-se eleitora e candidata a deputada federal. A luta de Miêtta Santiago não foi em vão e, no ano seguinte, Alzira Soriano foi eleita prefeita de Lages (RN), a primeira da América Latina.

1941 a 1950
Campus na Pampulha

Belo Horizonte, completa 125 anos de fundação em 2022, e a universidade se relaciona com a comunidade belo-horizontina em diversos espaços de atuação.

A partir da década de 1940, o campus Pampulha, localizado na região que abriga o conjunto arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer e tombado como patrimônio cultural da humanidade pela Unesco com estilos neoclássico, neo-romântico e neogótico, começa a ser materializado na região. Em 1942, a então Fazenda Dalva foi desapropriada para receber as instalações da cidade universitária. Em 1957, sob supervisão do Arquiteto Eduardo Guimarães Júnior, iniciou-se a construção do prédio da Reitoria, que mais tarde foi incorporado ao conjunto de obras do patrimônio histórico e cultural de Belo Horizonte.

1951 a 1960
Juscelino Kubitschek

A Universidade é formadora de milhares de estudantes que se destacam e propiciam desenvolvimento ao país.  A partir da década de 30, Juscelino Kubitschek, médico formado pela UFMG, exerceu cargos públicos por diversos anos, com marcos importantes na história do Brasil.

Entre 1940 e 1945, foi prefeito de Belo Horizonte, em 1950 foi eleito governador de Minas Gerais e entre 1956 e 1961 foi eleito presidente da república, tendo seu trabalho marcado pelo desenvolvimentismo e expansão da industrialização do país.

1961 a 1970
Ditadura civil-militar

Atuar em defesa do estado democrático de direito é um dos princípios que marcaram a trajetória da UFMG. Durante a ditadura civil-militar, diversas investidas do regime foram enfrentadas pela UFMG para defender a autonomia político-acadêmica.

Em 5 de outubro de 1968, por exemplo, a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) foi invadida pela Polícia Militar, e líderes estudantis que organizavam uma viagem ao Congresso da UNE foram presos.

1971 a 1980
Anistia e a luta pela democracia

Nas ruas do país, mães, esposas, amigos e entidades da sociedade civil clamavam pela anistia ampla, geral e irrestrita para todos os brasileiros perseguidos, presos ou exilados durante o período de repressão política da década anterior. A luta, que atravessou toda a década de 1970, foi protagonizada por jornalistas, políticos de oposição, movimentos políticos e estudantes.

Na noite de 3 de junho de 1977, a UFMG teve sua história marcada por repressão militar ao que seria o 3º Encontro Nacional dos Estudantes, na sede do Diretório Acadêmico da Faculdade de Medicina. O cerco policial acabou após 24 horas de vigília dos 400 estudantes, que saíram abraçados, em pequenos grupos, no meio do "corredor polonês” formado pelos militares. O encontro pretendia refundar a União Nacional dos Estudantes, bem como pautar as liberdades democráticas.

1981 a 1990
A Constituição Cidadã

Promulgada em 5 de outubro de 1988, a Constituição Cidadã tornou-se a marca da redemocratização do país, determinando os direitos e as obrigações dos cidadãos. Antes, em 1985, o presidente José Sarney convocou a Assembleia Constituinte, em que parlamentares, representantes da sociedade civil organizada e a população trabalharam, durante 20 meses, e elaboraram  uma constituição democrática para o Brasil.

A UFMG participou ativamente dos processos da Constituinte. Em 1987,foi criado o Centro de Acompanhamento da Constituinte (Ceac), que reunia 13 instituições de ensino superior mineiras e redigiram, em conjunto, a Carta de Minas, com o objetivo de sensibilizar o Congresso a assegurar a educação pública e gratuita como dever do Estado.

1991 a 2000
Minas Gerais

Por meio de seus projetos integrados de ensino, pesquisa e extensão, a Universidade possibilita a interação de seus estudantes com os saberes plurais de comunidades e seus conhecimentos tradicionais.

Transformar o sujeito em agente de mudança é um dos objetivos do programa Polo de integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha, que articula o desenvolvimento da região, atuando em frentes nas áreas da saúde, educação e cultura. Mais de 120 ações foram realizadas nos últimos 25 anos.

O projeto Manuelzão, por sua vez, é uma iniciativa com princípios de transversalidade. Criado em 1997, atua em intervenções e estudos para qualidade de vida de moradores  que vivem na região da bacia hidrográfica do Rio das Velhas.

2001 a 2010
Expansão e bônus

A adesão ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), em 2007, é um marco histórico na UFMG. O combate à evasão, a ampliação de cursos noturnos e a existência de  vagas ociosas indicaram a construção de políticas públicas na universidade, ressignificando suas estratégias e ampliando o ensino público de qualidade à sociedade.

A década também marcou o início das políticas de ações afirmativas, com destaque, em 2009, para a implantação do sistema de bônus de 10% e 15%, respectivamente, para candidatos de escolas públicas e estudantes negros e pardos.

2011 a 2020
Mariana e Brumadinho

Em novembro de 2015, o mundo presenciou uma das maiores catástrofes ambientais da história do estado de Minas Gerais: a barragem de rejeitos do Fundão, em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, se rompeu, deixando um mar de lama, destruição e contaminando o Rio Doce, além da morte de 19 pessoas. Quatro anos depois, uma tragédia humana ainda maior  ocorreu na barragem do Córrego Feijão, em Brumadinho,  deixando 270 mortos.

Em ambas tragédias, a Universidade se prontificou a colaborar, em várias frentes, por meio de diversos projetos de extensão, como o Participa UFMG/Mariana-Rio Doce, que auxiliou as populações atingidas, o Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (Gesta) e 67 projetos de pesquisa focados em avaliar os impactos dos rompimentos das barragens. A UFMG também acompanha o andamento dos processos judiciais relacionados ao desastre como perita designada pela 6ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Autarquias, em Belo Horizonte.

2017
90 anos UFMG

No ano em que completou 90 anos, a UFMG sediou, pela quinta vez em sua história, a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em sua 69ª edição. O evento fez parte da programação comemorativa do aniversário da Universidade, que contou, ainda, com uma conferência do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, exposições artísticas e outras diversas atividades.

Ainda em 2017, a UFMG foi avaliada por uma comissão designada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para fins de recredenciamento institucional e obteve nota máxima (5) no Conceito Institucional, indicador de qualidade do Ministério da Educação (MEC). Neste mesmo ano, a Universidade registrou 90 pedidos de patentes junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o que consolidou sua liderança entre as universidades brasileiras com pedidos depositados, alcançada em 2016.

2018
Por mais acessibilidade

Pela primeira vez, a UFMG recebeu candidatos aprovados na modalidade de cotas para pessoas com deficiência, em cumprimento à Lei 13.409, de 2016. Cerca de 700 das 6.339 vagas oferecidas pela UFMG em 2018 por meio do Sisu foram reservadas para pessoas com este perfil.

No mesmo ano, a Universidade foi considerada a instituição com o melhor ensino do país entre as universidades públicas e privadas na avaliação do Ranking Universitário Folha (RUF).

2019
Nova tragédia na mineração

O ano foi marcado por um dos maiores desastres ambientais e humanos do país: o rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho. Assim como no desastre da Samarco em Mariana, em 2015, a UFMG se mobilizou, desde o início, de forma ativa, por meio do Programa Participa UFMG e de várias outras ações. A Universidade atuou junto às autoridades, ofereceu apoio no resgate de animais e na análise das causas da tragédia, além de atender às necessidades sociais, educacionais e psicológicas da comunidade atingida.

Em 2019, a UFMG lançou seu 91º curso de graduação, de Letras-Libras, que forma profissionais habilitados na tradução da Língua Brasileira de Sinais para atender ao ensino básico. A UFMG também recebeu o Prêmio Universidade Empreendedora e foi eleita a instituição federal mais empreendedora do País. Em nível internacional, foi considerada a melhor instituição de ensino superior federal brasileira e a oitava entre as dez melhores da América Latina, no ranking mundial Times Higher Education (THE).

2020
O ano da pandemia

Na história da humanidade, 2020 foi um dos anos mais conturbados e desafiadores, com o surgimento da pandemia da covid-19, que desencadeou uma severa crise sanitária, econômica e social em todo o mundo. A UFMG rapidamente se mobilizou, por meio de todas as áreas do conhecimento, para propor ações voltadas principalmente à proteção das comunidades mais vulneráveis.

Os hospitais das Clínicas e Risoleta Tolentino Neves e a UPA Centro-Sul, geridos pela UFMG, disponibilizaram suas estruturas para o atendimento de pacientes infectados pela nova doença. A UFMG designou um Comitê Permanente de Enfrentamento do Novo Coronavírus, formado por especialistas, em diálogo permanente com o poder público municipal e estadual. A Instituição também estruturou o Programa de Cooperativa de Laboratórios da UFMG (CooLabs), responsável por um terço dos testes diagnósticos realizados em Minas Gerais, iniciativa que recebeu prêmios regionais e nacionais.

A Universidade desenvolveu sete vacinas candidatas contra a covid-19. Uma delas, a SpiN-TEC, está entre as mais avançadas em fase de desenvolvimento com tecnologia 100% nacional.

Em razão das medidas de distanciamento social decorrentes da pandemia, foi implementado o Ensino Remoto Emergencial.