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ma
pequena imagem do Menino Jesus numa caixa de papelão, forrada com cabelo
de milho, musgo e folhas. Foi assim, no distante ano de 1906, que começou
a ganhar forma o sonho do garoto Raimundo Machado de Azevedo. Quem o viu construir
o embrião do Pipiripau não poderia imaginar que o presépio
resultaria numa obra grandiosa, com 20 metros quadrados, 580 peças
e 45 cenas, que ainda hoje causa admiração entre as crianças
e adultos que visitam o Museu de História Natural e Jardim Botânico
da UFMG.
Durante décadas, "seu Raimundo" aprimorou a obra e transformou sua fantasia num dos maiores símbolos natalinos da capital mineira. Aos poucos, o presépio ganhou figurantes feitos de barro, massa de papel e gesso. E à medida que a obra crescia, novos movimentos eram criados para seus personagens. Ainda no começo do século, o pescador já abaixava e puxava sua vara de pescar graças a um pedal, do tipo usado nas antigas máquinas de costura. E o sistema de cordas de um gramofone permitia que os visitantes vissem, encantados, uma procissão entrar e sair da igreja. Em 1920, uma caldeira a vapor passou a ser utilizada nos movimentos, substituída sete anos depois por um motor elétrico.
Não demorou muito para o Pipiripau adquirir notoriedade. Em 1927, um jovem poeta modernista, Carlos Drummond de Andrade, rendeu-se aos seus encantos e publicou, sob o pseudônimo Antonio Chrispim, o poema Pipiripau, no jornal Diário de Minas (leia íntegra no boxe ao lado).
A professora Mônica Meyer, diretora do Museu de História Natural e Jardim Botânico, destaca a engenhosidade do mecanismo de movimentação dos personagens, elaborado com precisão e sincronia. "Seu Raimundo usou fios, barbantes, roldanas, carretéis de linha vazios e outros materiais para criar os movimentos", explica.
Paisagens bíblicas em meio a parque de diversões, palácios, igrejas, moinhos. Atividades de caça, pesca, pecuária e agricultura ajudam a compor o cenário mágico do presépio. "As cenas representam uma maneira singular de percepção e interpretação do mundo pelo artista", afirma a professora. Segundo ela, Raimundo Azevedo conseguiu dar forma artística à sucata e a objetos variados.
O Pipiripau foi transferido para o Museu em 1976, mas a manutenção continuou a ser feita por seu Raimundo. "Nessa época, ele também contava a história do presépio para os visitantes", acrescenta Meyer. A obra passou a fazer parte definitivamente do acervo da Universidade em 1983, e continuou sob os cuidados do criador até à sua morte, em 1988.
Visitas:
O Presépio do Pipiripau pode ser visitado até o dia 30 de dezembro, de terça-feira a sexta-feira, das 8 horas às 12h, e de 13 às 18h. Aos sábados e domingos, de 9h às 18h. Nos dias 24 e 25 somente até às 12h. A entrada custa R$ 2.
Pipiripau
Os músicos tocam baixinho uma suave música fininha que sobe prás estrelinhas do céu pintado de azul. Gira e regira na praça A eterna zanga-burrinha - tão engraçadinha
Olha a calma do pescador pescando sempre o mesmo peixe com o mesmo anzol. Olha o barqueiro que não é Pedro...
Os meninos perfilados germânicos entram na igreja e saem depressa E tornam a entrar.
(E tornam a sair)
A atmosphera febril de trabalho: ferreiros sapateiros mexendo A calma das casas subindo a ladeira descendo a ladaira e os bichos cândidos bichos de papelão rodeando o menino Jesus que abençôa aquilo tudo!
Meus olhos mineiros namoram o presepe e dizem alegres: Mas que bonito!
Antônio Chrispim (pseudônimo de Carlos Drummond de Andrade) Diário de Minas, 30 de janeiro de 1927 |