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Nº 1785 - Ano 38
13.8.2012

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Ideias em profusão

Laboratório do Icex viabiliza projetos inovadores de alunos do ciclo básico

Itamar Rigueira Jr.

O espírito inovador e o desejo de aplicar ideias e conhecimentos devem ser incentivados já nos primeiros anos da graduação. Essa convicção inspira o trabalho do Laboratório de Inovação (Ilab), sediado no Instituto de Ciências Exatas (Icex) com apoio de disciplinas tradicionais de laboratório e dos tópicos Introdução a Projetos Aplicados e Projetos Avançados. Alunos recém-chegados a cursos da área de exatas encontram ambiente e infraestrutura adequados para conceber e implementar protótipos funcionais.

O Laboratório de Inovação, que funciona desde 2011, foi selecionado para receber suporte da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT). O objetivo é fazer com que funcione como incubadora de ideias e centro de pesquisa e desenvolvimento, estimulando a transição do conhecimento científico para o produto. Um edital recente, fruto de parceria do Sebrae-MG com a CTIT, contemplou a Inova-UFMG e o Ilab com bolsas de iniciação ao empreendedorismo e à inovação.

“Vários alunos têm trazido ideias originais e promissoras, e alguns chegaram a submeter pedidos de patentes”, anima-se o professor Eduardo Campos Valadares, coordenador do Laboratório. Ele comenta que a inclusão do projeto na nova iniciativa da CTIT é importante para prover recursos para contratação de bolsistas, por exemplo, além de potencializar o contato com empresas e financiadores e orientações para medidas como registro de propriedade intelectual.

Inspirado em programas como o Learning Factory, da Penn State University, nos Estados Unidos, o Laboratório de Inovação lança mão de parcerias com outros departamentos e cursos – como os de Engenharia Aeroespacial e Design – para utilizar conhecimentos dessas áreas e equipamentos complementares à infraestrutura do laboratório.

Turbinas eólicas

Projetos desenvolvidos e em andamento no Laboratório de Inovação incluem dispositivo articulado para muletas cujo pedido de patente já foi solicitado, modelos gigantes em aço inox de moléculas de carbono – o “nanoplayground” (parceria com o INCT de Nanomateriais de Carbono) – e protótipos de turbinas eólicas não convencionais (parceria com a Engenharia Aeroespacial).

Entre diversas atividades, os bolsistas darão apoio técnico e logístico aos alunos do ciclo básico do Icex e participarão da triagem e desenvolvimento de projetos mais promissores. “Os problemas e ideias serão reunidos em um banco de dados, e alunos da UFMG que busquem subsídios para projetos aplicados, de final de curso, por exemplo, poderão recorrer a ele”, revela Eduardo Valadares.

Ainda de acordo com o coordenador, os planos incluem estabelecer sinergias com novas áreas da Universidade. No caso do curso de Design, sediado na Escola de Arquitetura, protótipos concebidos no âmbito do Projeto Inovação (em que está inserido o Ilab) serão objeto de estudos visando “promover ganhos substanciais em termos funcionais, ergonômicos e estéticos e potencializando a geração de patentes e a transferência de tecnologia”.

Outro objetivo definido pela coordenação do Laboratório de Inovação, segundo Eduardo Valadares, é a elaboração de portfólio de protótipos funcionais inovadores até a Copa do Mundo de 2014. A ideia é aproveitar a exposição internacional do Brasil e a proximidade do campus Pampulha com o estádio Mineirão para divulgar a UFMG e atrair para Minas Gerais empresas e laboratórios com atuação global.

Inventando perguntas

A criação do Laboratório de Inovação está ligada historicamente ao Centro de Inovação Multidisciplinar (CIM), instituído em 1996 por Eduardo Valadares. Segundo ele, foi a primeira incubadora de empresas de base tecnológica da Universidade e serviu de referência para a criação da Inova-UFMG e do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC). Foi sucedido pelo Projeto Inovação, que gerou mais de uma centena de protótipos e o primeiro pedido de patente por calouros, no caso um paginador automático, criado por alunos do curso de Engenharia de Controle e Automação.

“Nossa educação ainda é feita para produzir graduados em série, e as agências de fomento incentivam a produção em quantidade, mas sem aplicação prática. No Laboratório, os estudantes inventam perguntas e problemas, e mapeiam demandas potenciais, que os orientam na construção de protótipos funcionais”, contrapõe ­Eduardo Valadares.