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Nº 1868 - Ano 40
21.07.2014

Cobertura com experimentação

Durante o Festival de Inverno, veículos da UFMG abrem espaço para o trabalho colaborativo desenvolvido por ativistas de mídia

Ewerton Martins Ribeiro

Desde a última sexta-feira, dia 18, o campus Pampulha está recebendo o 46º Festival de Inverno. O evento segue até o próximo sábado, dia 26, e nesta edição os conteúdos sobre as atividades do evento estão sendo produzidos de forma inédita: os principais veículos da UFMG se abriram para estudantes de comunicação, profissionais, militantes e artistas envolvidos em movimentos mídia-ativistas.

Por meio do Ocupa Mídias, esses grupos vão produzir as notícias em processos de criação colaborativos e experimentais. Ao todo, mais de 100 pessoas se inscreveram nas atividades dessa frente de trabalho do evento, que volta a Belo Horizonte depois de duas décadas para fechar a trilogia do Bem comum. O Festival é organizado pela Diretoria de Ação Cultural (DAC).

Um exemplo é o próprio BOLETIM: na próxima semana, uma edição especial da publicação circulará com material produzido pelos inscritos – da redação dos textos à diagramação, passando inclusive pela criação do design da edição especial. A edição está sendo produzida sob a coordenação da blogueira Maria Rita Casagrande, responsável pelo site Blogueiras Negras (http://blogueirasnegras.org) e que atua na área de direitos humanos.

Na Rádio UFMG Educativa, os inscritos estão produzindo um programete diário de 15 minutos inserido no programa Conexões. A produção e locução são de Lindomar do Matição, jovem líder de uma comunidade quilombola de Jaboticatubas. A proposta é oferecer espaço para repertórios musicais relacionados às juventudes indígena e quilombola. As atividades desse grupo também visam oferecer subsídios para outros programas com assuntos relacionados ao Festival e sua proposta temática.

A TV UFMG é outra mídia que está recebendo materiais audiovisuais produzidos por integrantes do Ocupa Mídias. A grade de programação da emissora é abastecida pelas criações dos GTs Webativismo: os brutos e Transmidiativismo. No Grupo Webativismo, os participantes produzem vídeos sem edição sobre os usos e apropriações dos espaços de uso comum da cidade. Além de figurar na grade da TV, a proposta é que os vídeos sejam exibidos e compartilhados por meio de plataforma online.

O Grupo Transmidiativismo promove o desenvolvimento de narrativas visuais experimentais, que exploram recursos transmidiáticos amparados pelos conceitos de jornalismo cidadão e responsabilidade social.
A Imprensa Universitária também está envolvida nesse processo com a impressão de folhetos, cartazes, santinhos, lambe-lambes e calendários motivados pelas pautas do Festival Inverno.

Fronteira

A professora Luciana de Oliveira, do Departamento de Comunicação Social da Fafich e curadora do Festival, afirma que não se trata de uma ocupação meramente instrumental, mas colaborativa. “Os profissionais do Centro de Comunicação (Cedecom) da UFMG atuam integrados à produção desses conteúdos. É uma produção que se situa na fronteira do trabalho institucional que o Cedecom tradicionalmente faz com a proposta experimental trazida pelo Festival”, lembra.

Já a professora Valéria Raimundo, diretora do Cedecom, destaca que, ao acolher o Ocupa Mídias, o Centro de Comunicação reconhece a pertinência e a importância dos temas propostos nesta edição do Festival e permite que os debates empreendidos se estendam à comunidade interna e externa. “Além disso, o Cedecom se configura como um laboratório multiusuário de formação complementar para alunos de várias áreas de conhecimento, por isso não podemos prescindir do caráter de experimentação na busca de novos formatos, linguagens e modos de abordagem das nossas práticas comunicacionais”, avalia.