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Nº 1972 - Ano 43
10.04.2017

Resolução do Cepe

Resoluções do Conselho Universitário

Mãos à obra

UFMG começa a executar as diretrizes estabelecidas em relatório sobre a saúde mental de seus alunos, servidores técnico-administrativos e professores

Ewerton Martins Ribeiro

Já pode ser consultado no site da Pró-reitoria de Extensão (Proex) o relatório conclusivo dos trabalhos realizados pela Comissão Institucional de Saúde Mental (Cisme) da UFMG. O documento vinha sendo elaborado desde a 4ª Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG, realizada em maio do ano passado.

O relatório será discutido com a comunidade universitária na 5ª Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG, que ocorrerá no próximo mês, em data próxima ao Dia Nacional de Luta Antimanicomial. "Com o documento definido, a Rede Saúde Mental da UFMG poderá se dedicar a implantar as diretrizes estabelecidas para os diversos âmbitos da Universidade", explica a professora Claudia Mayorga, pró-reitora adjunta de Extensão.

O documento apresenta uma concepção de Universidade acolhedora, flexível, acessível, inclusiva, solidária e disposta a conferir protagonismo às pessoas que vivem a experiência de sofrimento mental. O texto, que também está sintonizado com a Política de Direitos Humanos da UFMG, defende uma atuação em consonância com o Sistema Único de Saúde (SUS) e com os dispositivos legais que compõem e orientam os programas municipal, estadual e nacional de saúde mental.

As diretrizes indicadas no documento preconizam a construção permanente e participativa de uma política de atenção em saúde mental na Universidade, a promoção da desestigmatização e da despatologização do sofrimento mental, o incentivo à qualidade de vida e à construção de um ambiente "não adoecedor" e o enfrentamento da cultura de autoritarismo, individualismo e produtivismo na academia.

Com base nesses princípios, o documento traz uma série de sugestões de ações. "Como desdobramento, já estamos elaborando uma cartilha informativa sobre os setores da Universidade que podem ser procurados por estudantes, técnicos e professores que passam por alguma situação de sofrimento mental", antecipa Claudia Mayorga.

A pró-reitora adjunta também conta que, no âmbito da Rede Saúde Mental da UFMG, foi criado um grupo de trabalho (do qual participam instâncias da Universidade que prestam serviços relacionados à saúde mental) para discutir formas de melhorar a atenção à comunidade universitária.

Pioneirismo

Claudia Mayorga destaca que o relatório indica uma política institucional alinhada com a Política Nacional de Saúde Mental. Suas diretrizes não se restringem ao âmbito da Universidade, mas buscam alcançar o trânsito que a comunidade universitária faz entre os campi e a própria cidade. Essa é uma das explicações para que o documento esteja sob a guarda da Pró-reitoria de Extensão, a despeito do envolvimento de diversas instâncias da UFMG nas discussões que nele resultaram. "Foram delimitadas diretrizes para uma política institucional intimamente conectada com a sociedade. No âmbito universitário, essa é uma ação pioneira no Brasil", afirma a pró-reitora adjunta.

Para ter acesso ao relatório conclusivo dos trabalhos realizados pela Comissão Institucional de Saúde Mental (Cisme) da UFMG, o usuário deve entrar no site da Pró-reitoria de Extensão, clicar em "Redes" e seguir até o intertítulo "Rede Saúde Mental".

Assuntos estudantis

As primeiras ações realizadas em consonância com a política de saúde mental já começam a aparecer. A Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), por exemplo, instituiu o seu Núcleo de Escuta de Estudantes, cuja função é acolher, ouvir e orientar os discentes em suas diversas demandas – entre as quais, aquelas relacionadas à saúde mental. O núcleo é formado por três assistentes sociais, uma psicóloga e uma servidora técnica. A partir do atendimento inicial, esses profissionais buscam solução específica para a demanda de cada estudante, encaminhando-o para atendimento especializado, se necessário.

O pró-reitor de Assuntos Estudantis, Tarcísio Mauro Vago, explica que a criação do núcleo está intimamente relacionada com a evolução dos trabalhos da Comissão de Saúde Mental da UFMG. "A Prae surgiu em novembro de 2014 já com a preocupação de estabelecer uma política para a escuta dos estudantes, um acompanhamento mais próximo. Em 2015, foi instituída a Comissão de Saúde Mental da UFMG, com o foco na elaboração de uma política institucional para a área. Naturalmente, a Prae passou a integrar a Rede Saúde Mental, e os dois processos passaram a correr juntos, articulados", justifica.

O contato com o Núcleo Prae de Escuta de Estudantes pode ser feito pelos e-mails núcleo@prae.ufmg.br e servicosocial@prae.ufmg.br ou pelos telefones (31) 3409-4178 e (31) 3409-3862. A Prae fica no segundo andar do prédio da Reitoria.