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03 de novembro de 2020
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Sabemos que o céu é enxergado como se fosse uma grande esfera celeste envolvendo o nosso Sistema Solar. Apesar de tudo no universo estar em movimento, em nossa perspectiva, as estrelas parecem estar paradas em relação umas às outras, já que estão extremamente longe de nós. Podemos observar um movimento aparente da esfera celeste como um todo ao longo dos dias e do ano, por causa do movimento de rotação e translação da Terra, respectivamente.
Com o passar dos dias, podemos observar o movimento dos objetos do Sistema Solar no céu, próximos a uma linha imaginária que chamamos de eclíptica. Essa linha é definida pelo plano de órbita da Terra ao redor do Sol e nela podemos o enxergar o movimento aparente do Sol de um dia para o outro, ao longo do ano. Como o plano de órbita dos outros planetas é pouco inclinado em relação ao nosso, nós podemos observar que eles aparecerão no nosso céu próximos a essa mesma linha.
Gif disponível em https://bit.ly/34TpKGV
A região que envolve a eclíptica é chamada de Zodíaco. O fato de esta região ser onde sempre vamos observar os objetos do nosso Sistema Solar é o que destaca as constelações do Zodíaco das demais.
As constelações do Zodíaco são 13, dentre as 88 que a União Astronômica Internacional definiu ao dividir o céu em regiões que são identificadas por um desenho, formado ao ligar algumas estrelas. Se você quiser saber um pouco mais sobre de onde vieram as constelações, você pode encontrar mais informações no texto “Como surgiram as constelações“, aqui no Blog do Espaço.
As constelações do Zodíaco
O Zodíaco é formado pelas constelações de Peixes, Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Ofiúco, Sagitário, Capricórnio e Aquário. Essas constelações, assim como as outras, têm sempre alguma história interessante que as envolve.
Representação da constelação de Escorpião
A constelação de Escorpião, por exemplo, representa um animal que foi enviado pelos deuses para perseguir Órion até a morte, sendo Órion também representado em uma constelação, mas que não é do Zodíaco. Observamos essa perseguição todos os dias pelo movimento aparente do céu. Quando Órion se põe ao oeste, o escorpião aparece ao leste e vice versa, sempre uma constelação indo atrás da outra, mas nunca presentes no céu noturno ao mesmo tempo.
Um fato interessante é que podemos usar dessa constelação para saber em qual estação estamos. Os gregos e romanos, no hemisfério norte, olhavam para o céu no início da noite e enxergavam o escorpião, durante o verão. No nosso caso, que estamos no hemisfério sul, nós vemos esta constelação no céu no início da noite, no inverno.
Representação da constelação de Virgem
Outra história interessante é a da constelação de Virgem. Virgem representa Deméter, a deusa grega da colheita e agricultura. Ela tem o nome de Ceres na mitologia romana e é desse nome que vem a palavra “cereal”. Hades, o deus do mundo inferior, se apaixonou pela donzela Perséfone, que era filha de Deméter, e a sequestrou, levando-a para o submundo. Isso entristeceu a sua mãe, que acabou por deixar de cuidar da colheita e da agricultura por conta de seu desespero em ter sua filha de volta.
Zeus se meteu na história, para tentar conciliar os problemas, e ele então combinou com Hades que Perséfone ficaria uma parte de do ano no Submundo, e na outra parte ela subiria para o encontro com sua mãe. Dessa forma, as duas teriam tempos felizes juntas e Deméter conseguiria se sentir disposta para cuidar da colheita. A constelação de Virgem aparece próximo ao leste, no início da noite, sempre nos 3 meses que correspondem à primavera no hemisfério norte e ao outono no hemisfério sul.
Quer saber mais sobre as constelações? Visite o nosso canal no Youtube e assista às lives do programa “Descobrindo o céu” (clique aqui para acessar a playlist). Recomendamos, especialmente, o vídeo “Contação de histórias: as constelações greco-romanas“.
Referências:
[Texto de autoria de Letícia Rioga, estagiária do Núcleo de Astronomia]
